Atualmente o mercado é dominado por stablecoins atreladas ao dólar e entrada da China é inesperado devido à sua política anti-cripto
A China estaria considerando permitir a criação de stablecoins lastreadas em sua moeda, o yuan. Fontes da Reuters apontam que líderes do país podem se reunir ainda neste mês de agosto para debater o assunto.
O país é lembrado como um dos mais rígidos do mundo, especialmente após banir corretoras e mineradoras de criptomoedas em 2021. No entanto, a postura pró-criptomoedas dos EUA pode estar forçando a China a repensar suas políticas.
Como exemplo, outras fontes da Reuters apontaram na semana passada que reguladores chineses estariam pedindo para corretoras tradicionais pararem de publicar relatórios que promovam stablecoins atreladas ao dólar.
O mercado de criptomoedas sempre foi dominado por stablecoins atreladas ao dólar, em especial por conta da Tether (USDT) e da USD Coin (USDC), e nem mesmo o euro possui uma participação importante. Isso está se intensificando após a vitória de Trump e a assinatura do Genius Act.
No entanto, o mercado parece estar próximo a ganhar um concorrente inesperado: stablecoins atreladas ao yuan chinês.
Segundo fontes da Reuters, a China estaria considerando permitir a criação de stablecoins de yuan para fortalecer a presença de sua moeda nos mercados globais, hoje dominados pelo dólar.
O país já lançou sua CBDC, o yuan digital. No entanto, stablecoins de CNY permitiriam um uso mais amplo, especialmente por estrangeiros.
Outras questões políticas envolvendo países do BRICS, seja pelas sanções contra à Rússia ou pelo desejo de diminuir a dependência ao dólar, também podem pesar na decisão.
Em julho, a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA) já havia publicado documentos sobre a regulação de stablecoins na região, liberando licenças para emissores dessas criptomoedas estáveis.
O Bitcoin passou por uma forte queda em 2021 após a China banir mineradoras e corretoras de criptomoedas. Além de ser o segundo país mais populoso do mundo, a China também é a segunda maior economia, atrás apenas dos EUA.
Portanto, é possível que o Bitcoin volte a ter uma grande demanda por chineses caso stablecoins de yuan surjam no mercado. Isso porque elas seriam quase imparáveis, especialmente quando usadas em corretoras descentralizadas.
Apesar disso, outro ponto destacado pela Reuters é que às conversas dos líderes chineses também devem abordar prevenção de risco. Isso deve incluir possíveis migrações de capital para o Bitcoin ou até mesmo para stablecoins atreladas ao dólar.
Um exemplo próximo é a Rússia, cujo Banco Central recomendou que empresas usassem criptomoedas no comércio internacional, mas proibiu o uso de stablecoins de dólar dentro do país.
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