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Corretora de criptomoedas é invadida por clientes furiosos após congelar saques

Com medo de que os fundadores da empresa fujam do país, vários investidores procuraram a polícia para reportar a situação. De acordo com eles, nenhum representante da corretora conversou com os manifestantes desde que a confusão começou.

Clientes da corretora de criptomoedas russa Beribit, que congelou saques nesta semana, invadiram o escritório da empresa na última sexta-feira (26). De acordo com a mídia local, investidores furiosos exigiram respostas dos donos da plataforma diante de problemas crescentes com a retirada de fundos.

Desde quinta-feira (25), investidores não conseguem acessar seus ativos, levando a uma série de protestos e acampamento nas instalações da Beribit.

Antes da confusão, os saques na plataforma era um processo rápido, normalmente concluído em questão de minutos. No entanto, a empresa parou de processar saques repentinamente, deixando clientes com grandes quantias de rublos e criptomoedas em suas contas incapazes de acessar seus ativos.

Alguns investidores relatam ter até 18 milhões de rublos (R$ 1 milhão de reais) presos na plataforma. A situação atingiu um ponto crítico na manhã de sexta-feira, quando uma multidão de investidores enfurecidos se reuniu em frente ao escritório da Beribit.

Conforme pode ser visto em vídeos que circulam em grupos de clientes no Telegram, os funcionários da exchange se esconderam, deixando apenas um segurança para lidar com os clientes, que exigiam comunicação direta com os donos da plataforma.

Clientes revoltados invadem sede de corretora que congelou saques de criptomoedas

Conforme reportado por vários sites russos, centenas de pessoas invadiram o escritório da Beribit, com o montante total de fundos perdidos sendo avaliado em cerca de 400 milhões de rublos (R$ 22 milhões).

De acordo com relatos nas redes sociais, os saques estão travados, mas os depósitos estão funcionando normalmente, o que tem alimentando uma suspeita de golpe.

“Não consigo sacar rublos, outro cliente não consegue sacar USDT, tem gente com 500 mil travados, outro com 1 milhão e 10 milhões”, disse um cliente presente na manifestação ao site iz.ru. “São valores altos e não queremos perder”.

Com medo de que os fundadores da empresa fujam do país, vários investidores procuraram a polícia para reportar a situação. De acordo com eles, nenhum representante da corretora conversou com os manifestantes desde que a confusão começou.

Alguns dos clientes presentes na manifestação disseram que os fundos de suas contas simplesmente desapareceram, enquanto isso, a corretora divulgou um comunicado prometendo devolver os fundos em “alguns dias”.

A empresa também prometeu compensar os usuários pelo atraso, afirmando que a resolução do problema poderia levar até 15 dias. A informação não agradou os clientes, que decidiram permanecer no local até que consigam sacar seus fundos.

A situação piorou na madrugada deste sábado (27), quando a polícia chegou ao local e levou alguns funcionários da corretora para depor. Na manhã de hoje, a empresa processou alguns saques, prometendo pagar alguns clientes durante o dia.

Sob nova direção

Sem falar diretamente com os clientes, a Beribit divulgou um comunicado em seu canal do Telegram tentando explicar o congelamento de saques. De acordo com a empresa, ela está passando por uma “mudança de gestão e encontrou inconsistências em seu balanço.”

“Há três dias uma nova equipe assumiu a liderança”, disse a Beribit, “Durante a transferência de documentos, foram descobertas inconsistências no balanço, estamos conduzindo uma auditoria completa.”, afirmou.

“Essas medidas necessárias levaram a um acúmulo temporário de pedidos de saques. Estamos fazendo todos os esforços para processá-los o mais rápido possível”, diz o comunicado.

A empresa também disse que “os clientes que passaram na auditoria e verificação KYC/AML” poderão usar suas contas livremente. Pela espera, a empresa prometeu aos investidores uma “compensação”.

A Beribit é uma das corretoras de criptomoedas mais populares da Rússia, sendo mais conhecida por suas atividades de P2P.

No final do mês de março, a exchange passou por uma investigação sobre financiamento de terrorismo, aumentando a desconfiança dos usuários sobre a possível insolvência da plataforma.

Na época, a empresa afirmou que durante a investigação não foram encontradas irregularidades e que continuaria funcionando normalmente, no entanto, a situação atual é bem diferente do prometido.

Até o fechamento desta matéria, o grupo de clientes da corretora continua postando diversas fotos e vídeos no local, com dezenas de clientes afirmando que não deixarão o escritório da empresa até que consigam sacar seus fundos.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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