Como reguladores americanos estão sufocando as criptomoedas

Com um recente histórico de processos a empresas de criptomoedas, incluindo as corretoras Kraken e Coinbase, muitos estão reclamando da falta de clareza regulatória por parte dos reguladores americanos. Obviamente, Katie Haun é uma dessas pessoas.

Após passar mais de 11 anos trabalhando no Departamento de Justiça, Katie Haun se jogou no mercado de criptomoedas ao entrar em grandes empresas como Andreessen Horowitz (A16Z), OpenSea e Coinbase.

Mais tarde, em março de 2022, levantou US$ 1,5 bilhão para seu próprio fundo, o Haun Ventures, tornando-se o maior montante captado por um VC comandado por uma mulher.

Com toda sua experiência, dos dois lados deste campo de batalha, agora a americana está preocupada com as recentes medidas dos EUA para sufocar as criptomoedas. Em texto publicado no The Wall Street Journal nesta segunda-feira (27), Haun explica como isso está sendo feito.

Operação Choke Point 2.0

Citando diversos órgãos americanos, Katie Haun aponta que as declarações destes reguladores são “sinistras” e muitos bancos se afastaram de empresas que trabalham com criptomoedas por conta dessa pressão externa.

Falando sobre um caso mais recente, a investidora nota que o Silicon Valley Bank foi vendido, mas US$ 4 bilhões ligados a empresas cripto ficaram de fora da aquisição.

“Uma década atrás, em um esforço chamado Operação Choke Point, o DoJ, o OCC e o FDIC tentaram contornar o Congresso usando táticas semelhantes — pressionando os bancos a encerrarem negócios com setores específicos, citando a prevenção de fraudes”, escreveu Katie Haun. “Hoje, vemos novamente as táticas de bastidores como substitutas da legislação, do processo e da regulamentação pública.”

Ou seja, os EUA estariam tentando banir as criptomoedas silenciosamente, na chamada “Operação Choke Point 2.0”, algo que já havia sido alertado pelo analista Nic Carter há alguns meses.

Embora já estivessem mirando nas criptomoedas há um bom tempo, o mercado de baixa e as falências de gigantes como FTX e Genesis aceleraram este processo. No entanto, Haun nota que a indústria não precisa pagar pelos erros de alguns players.

“Imagine se há mais de um século os reguladores tivessem cortado a Ford e a General Motors dos serviços bancários porque consideravam os automóveis muito arriscados ou muito competitivos com trens e cavalos.”

EUA estão ficando para trás

Com um recente histórico de processos a empresas de criptomoedas, incluindo as corretoras Kraken e Coinbase, muitos estão reclamando da falta de clareza regulatória por parte dos reguladores americanos. Obviamente, Katie Haun é uma dessas pessoas.

“Se os legisladores americanos não fornecerem uma estrutura para tecnologias descentralizadas, uma importante fronteira de inovação tecnológica começará a se mover para economias mais hospitaleiras.”

“A visão política conveniente ameaça sufocar a inovação e punir os atores legítimos”, encerra Haun. “Toda empresa legal deve ter acesso ao sistema bancário. A censura governamental como um substituto clandestino para o processo legislativo não tem lugar nas finanças — ou em qualquer setor.”

Em outras palavras, os EUA estão sendo acusados de atropelar as suas próprias leis. Afinal, seria difícil imaginar que o banimento das criptomoedas seria aprovado por seus cidadãos caso fosse conduzido por meios legais. Ou seja, estão tentando matar as criptomoedas pelas beiradas, já que não podem atacá-las diretamente.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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