Bancorp compra Signature Bank, mas abandona clientes ligados às criptomoedas

No total, mais de US$ 4 bilhões (R$ 21 bi) ligados a indústria de criptomoedas foram deixados de fora da compra do Signature Bank pelo Bancorp. No texto, o FDIC trata essas empresas como “negócio de banco digital”.

O Federal Deposit Insurance Corp (FDIC) anunciou a compra do Signature Bank pelo Flagstar Bank, subsidiária do Bancorp, neste domingo (19). No entanto, os novos donos deixaram US$ 4 bilhões ligados ao setor de criptomoedas de fora do negócio.

Na semana passada, fontes da Reuters informaram que o abandono destes negócios era um requerimento do FDIC para a aquisição do banco. A agência negou as afirmações no dia seguinte.

Portanto, ainda que o FDIC não tenha estabelecido estes termos, a pressão americana sobre a indústria de criptomoedas pode ter influenciado os compradores do Signature.

Empresas de criptomoedas são ignoradas pelos novos donos do Signature Bank

No total, mais de US$ 4 bilhões (R$ 21 bi) ligados a indústria de criptomoedas foram deixados de fora da compra do Signature Bank pelo Bancorp. No texto, o FDIC trata essas empresas como “negócio de banco digital”.

“Os depositantes do Signature Bridge Bank, N.A., que não sejam depositantes relacionados ao negócio de banco digital, se tornarão automaticamente depositantes da instituição assumida.”

“A oferta do Flagstar Bank não incluiu aproximadamente US$ 4 bilhões em depósitos relacionados aos negócios bancários digitais do antigo Signature Bank”, aponta o comunicado da agência americana. “O FDIC fornecerá esses depósitos diretamente aos clientes cujas contas estão associadas ao negócio bancário digital.”

Ou seja, clientes como a Circle, emissora da stablecoin USD Coin (USDC), conseguirão sacar seus bilhões de dólares que estavam presos no Signature Bank. No entanto, precisarão procurar novos parceiros bancários para continuar trabalhando.

Como opção, algumas empresas já estão saindo dos EUA. A stablecoin TUSD, por exemplo, já moveu mais de US$ 1 bilhão para as Bahamas nas últimas semanas. Enquanto isso, outras empresas do setor estão procurando grandes bancos, como o JPMorgan, para guardarem seus fundos. Surpreendentemente, elas estão sendo aceitas.

Pressão dos EUA sobre as criptomoedas

Ainda que a crise bancária americana tenha desencadeado um grande movimento de alta do Bitcoin, reguladores seguem tentando frear o desenvolvimento dessa classe de ativos.

Embora não possam banir o Bitcoin, muitos apontam que os EUA estão realizando a “Operação Choke Point 2.0”. Ou seja, barrando serviços que ofereçam a compra e venda de criptomoedas.

Portanto, o assunto merece ser acompanhado de perto. Afinal, os EUA têm grande influência no preço do Bitcoin devido a seu tamanho do mercado. Outro assunto que pode mexer com as criptomoedas nesta semana é a reunião do Fed, marcada para esta quarta-feira (22).

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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