Mais uma corretora de criptomoedas congelou os saques dos clientes ao entrar em manutenção, chamando atenção para um possível golpe. O caso mostra que empresas da Europa já começam a sentir os efeitos da crise no mercado de moedas digitais.
Nos últimos dois meses são vários os projetos que deixaram de atender clientes alegando problemas com o momento de baixa do mercado. Até o final de junho pelo menos 12 empresas estavam com saques bloqueados, mas o número segue aumentando.
A situação já leva investidores a sacarem suas criptomoedas das plataformas, temendo por problemas de insolvência e baixa liquidez.
Corretora de criptomoedas entra em manutenção e trava saques de clientes na Espanha
Com operações na Espanha, a 2gether é mais uma empresa a aparentemente enfrentar problemas para atender seus clientes, com seu site atualmente em manutenção.
Com a situação, os clientes não podem mais sacar suas criptomoedas da corretora, que era uma das mais antigas a operar na Espanha, um importante país europeu. Entre as razões para o fim do negócio estariam o mercado em queda das criptomoedas.
Além disso, a corretora alegou falta de recursos para seguir com suas atividades, preocupando os clientes que ainda tinham valores na plataforma.
Em 2020, a corretora chegou a sofrer um ataque hacker e perder parte dos fundos dos usuários. Na ocasião, a plataforma já mostrou problemas, ao afirmar que não tinha recursos para devolver para seus clientes afetados.
Esse é o primeiro relato de uma exchange deixando de operar na Espanha, mostrando que o inverno cripto chegou até a Europa.
Quase 100 mil clientes com problemas, diz associação que entrará na justiça
Acompanhando o caso, a Associação de Usuários Financeiros (Asufin) está destinada a descobrir o que ocorreu com a 2gether. De acordo com a associação, as corretoras são nebulosas e o caso deixa 100 mil afetados.
“O fechamento repentino da Bolsa Espanhola 2gether deixa quase 100.000 afetados ao longo do caminho. Na ASUFIN já alertamos sobre os perigos de investir em criptomoedas e a opacidade nas informações oferecidas por essas plataformas.”
A Asufin agora espera reunir os clientes afetados pelo aparente fim da corretora de criptomoedas que está em manutenção e saques bloqueados, para ingressar na justiça com uma ação coletiva contra o negócio.
Chama atenção que a própria associação é cliente da corretora, visto que eles investiram 100 euros na plataforma em setembro de 2021.
O investimento foi para testar a capacidade das corretoras e seus mecanismos de segurança, feitos também na Binance, Bit2me, Coinbase e Crypto.com. Com a queda do mercado, a Asufin declara ter 48 euros na 2gether ainda, mas que dificilmente conseguirá sacar o valor com os problemas.