Corretoras querem parar de negociar Litecoin

De acordo com a lei coreana, as exchanges de criptomoedas devem realizar a identificação do cliente e seguir rigorosos requisitos anti-lavagem de dinheiro.

A Coreia do Sul possui um dos mais importantes hubs tecnológicos de criptomoedas do mundo, sendo um dos países com maior movimentação de criptomoedas na Ásia, além de ter sido um dos “exemplos” em relação a regulamentação. Com isso, certas movimentações que acontecem por lá são importantes para um efeito de cascata que aborda todo o setor.

Em uma atualização que pode ser bem prejudicial para a Litecoin, as corretoras do país asiático estão considerando deixar de realizar negociações com a criptomoeda por causa das recentes atualizações propostas para a blockchain.

Com o objetivo de melhorar a questão do anonimato na rede, a comunidade Litecoin aprovou a atualização do Mimblewimble Extension Blocks (MWEB). Utilizando o protocolo Mimblewimble, a atualização visa aprimorar a privacidade da Litecoin adicionando blocos estendidos, onde as transações são consideradas privadas.

O uso desse protocolo é totalmente opcional, mas os usuários podem usar esses blocos para aumentar sua própria privacidade e, em seguida, devolver as moedas à rede principal, onde as transações são transparentes, mas com o remetente disfarçado entre os blocos do protocolo.

O problema é que na Coreia do Norte existe uma regulamentação bem pesada em relação à necessidade das corretoras declararem quem fez transações de criptomoedas, similar ao que acontece aqui no Brasil. Por isso, com uma moeda que esconde a identidade das partes envolvidas na transação, as corretoras estão prevendo obstáculos regulamentares.

A UpBit fez um comunicado informando que talvez não consiga aceitar transações confidenciais de Litecoin devido aos requisitos da lei de divulgação financeira, e isso pode ser um motivo para remover a criptomoeda no futuro próximo.

A UpBit não é a única, com uma declaração semelhante sendo divulgada pela Bithumb. Enquanto outras não se posicionaram sobre o assunto, as declarações similares das duas corretoras abrem um precedente bem preocupante para a Litecoin.

De acordo com a lei coreana, as exchanges de criptomoedas devem realizar a identificação do cliente e seguir rigorosos requisitos anti-lavagem de dinheiro. O cliente estar oculto na transação é simplesmente um grande risco regulatório que pode até mesmo complicar a corretora legalmente, um risco que, obviamente, nenhuma delas quer correr.

No passado, declarações similares de exchanges no país foram um alerta de exclusão iminente de ativos de criptomoedas. Isso aconteceu com a negociação de outras criptomoedas habilitadas para transações privadas, incluindo Monero, Dash e Zcash. Ou seja, a Litecoin pode perder um importante local de negociação em breve.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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