A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontou em um relatório que o número de crimes financeiros no país aumentou. Apenas em 2020, pelo menos 260 comunicados de indícios de crimes já foram enviados ao Ministério Público.
Esses mais de duzentos comunicados foram apenas aqueles levantados até setembro deste ano. Ou seja, o número pode ser ainda maior com a apuração dos dados recentes até dezembro.
No Brasil, a onda de crimes financeiros têm arrasado famílias e empresas, disseminando prejuízos com falsas promessas. De acordo com a CVM, o pior crime financeiro do Brasil hoje são as pirâmides financeiras.
Algumas até chegam a envolver suas promessas mirabolantes com o Bitcoin, mas como todo esquema ponzi, não há produto no crime, apenas ilusão.
Crimes financeiros crescem e pirâmides são o pior para o Brasil hoje
Em meio a pandemia do novo coronavírus, muitos aproveitaram para estudar e se capacitar. Outros, aproveitaram o tempo para criar e disseminar golpes, principalmente financeiros.
De acordo com a CVM, o número de ofícios ao Ministério Público em 2020 supera os de anos anteriores. A autarquia apontou que empresas que operam com indícios de crimes devem ser identificadas ao MP, que prossegue para investigação.
“Em 2019, a CVM enviou 184 ofícios para os Ministérios Públicos. Em 2018, foram 130. Nos anos anteriores, 121 (2017), 93 (2016) e 76 (2015).”, apontou a autarquia
Dos 260 casos identificados em 2020, 139 seriam de pirâmides financeiras. Normalmente, empresas aparecem com alguma receita mágica para ganhar dinheiro, oferecendo rendimentos fixos e bonificações ao convidar novas pessoas. Essas empresas, no entanto, não costumam durar muito tempo na ativa.
Entre os crimes mais comuns, a CVM destacou ainda que intermediações sem autorização e ofertas de valores mobiliários sem registro são outros problemas graves. O relatório da CVM ainda analisou apenas os dados de janeiro a setembro de 2020.
R$ 8 milhões em multas, só no terceiro trimestre
Se o número de casos suspeitos de crimes aumentou, a receita da CVM também aumentou. Apenas no terceiro trimestre de 2020, a autarquia aplicou mais de R$ 8 milhões em multas.
Outro dado que chamou atenção no Relatório de Atividade Sancionadora do 3.º Trimestre, em versão resumida, foi o perfil dos comunicados enviados pela CVM ao Ministério Público.
Isso porque, nos últimos anos a autarquia enviou mais ofícios ao Ministério Público Federal. Em casos assim é comum que as empresas, ou pessoas, suspeitas de cometer algum crime esteja praticando atos contra a União.
No entanto, em 2020, a maior parte das denúncias enviadas pela CVM foram aos Ministérios Públicos Estaduais. Esse novo padrão poderia mostrar que os crimes têm buscado maneiras de contornar as imposições dos últimos anos, mirando talvez novos alvos ou mudando a logística de suas operações fraudulentas.
É comum em crimes financeiros o uso de engenharia social para convencer as pessoas a cair nas armadilhas. Nestes casos, não é necessário fazer ameaças as vítimas, que por vezes acabam caindo nos golpes por pura ingenuidade ou falta de conhecimento.
Se você se deparar com uma proposta de investimento muito boa para ser verdade, desconfie.