A China vai lançar sua CBDC – espécie de criptomoeda estatal – até 2022, já em fase de testes no mercado. A tecnologia poderá servir de inspiração para a criação do real digital, que está sendo avaliado pelo Banco Central do Brasil.
A tecnologia chinesa já passa por estudos há alguns anos, com início em meados de 2014. De lá para cá, o governo do país asiático já conseguiu chegar a um modelo de moeda digital adequado a realidade financeira do país.
Vale o destaque que a inclusão digital na China atravessou bons momentos nos últimos anos, com a criação de empresas grandes de tecnologia no país.
No Brasil, o Bacen começou os estudos em 2020, prometendo novidades para 2022.
Moeda digital da China deverá inspirar a criação do real digital
O Brasil, maior país da América do Sul, trabalha na criação de uma moeda digital para o ano de 2022. De acordo com o Valor Econômico, a criação poderá se basear em uma inovação do outro lado do mundo.
Isso porque, como a China já implementou sua moeda digital, poderá inspirar novos países a seguir o movimento. Esse processo de digitalização do dinheiro é uma das alterações mais esperadas na política monetária dos países.
No caso do Brasil, o Bacen começou os estudos sobre o Real digital em 2020, após a criação de um grupo de trabalho. A expectativa é que em 2022 o BCB apresente a conclusão do estudo, apresentando detalhes do projeto e sua viabilidade na economia brasileira.
Há o temor que uma digitalização da moeda leve às pessoas desbancarizadas ou sem acesso à internet, realidade comum no Brasil, a ficarem na margem do novo sistema. Mesmo assim, a moeda digital no Brasil, possivelmente inspirada no Yuan Digital, não deverá substituir de imediato o dinheiro em espécie.
Moedas de bancos centrais não têm relação com Bitcoin
As criptomoedas criadqs por bancos centrais já ganharam até um nome em comum: CBDC. Dessa forma, não só a China, mas a Europa, Brasil e até os Estados Unidos já planejam a versão digital dos seus dinheiros.
No entanto, essas moedas não teriam nenhuma relação com as criptomoedas públicas. O Bitcoin, por exemplo, é a maior moeda digital sem controle estatal, mas não é bem-visto pelos governantes e autoridades monetárias ao redor do planeta.
Nos últimos dias, o Banco Central Chinês emitiu um novo alerta contra o Bitcoin, levando seu preço a fortes quedas no mercado.
Dessa forma, as criptomoedas de banco central poderão nem mesmo utilizar a blockchain em seus sistemas. Além disso, não há indícios que as moedas digitais dos países eliminarão intermediários bancários, como é a proposta do Bitcoin.
Um sociólogo brasileiro, inclusive, acredita que o Real digital deverá se concentrar nos bancos, alterando muito pouco a realidade do dinheiro que já é conhecida no Brasil.