Fundado em 1888, o jornal britânico Financial Times (FT) cobre notícias sobre economia há 135 anos, mas se recusa a aceitar a chegada do Bitcoin e outras criptomoedas.
Em uma publicação desta quinta-feira (23), o FT pede que as pessoas tenham cuidado com investidores de criptomoedas que se dizem sensatos, “eles são piores que os fanáticos”.
“Por mais que possa ser divertido zombar dos ‘criptomanos’ […] não acredito que eles sejam o principal problema”, escreve a colunista do FT. “São os tipos sérios e puritanos, que insistem que todos devemos levar a coisa toda terrivelmente a sério, que representam a maior ameaça à nossa sobrevivência como uma sociedade racional e próspera.”
Como exemplo são citados os líderes políticos que defendem a indústria para o Estado permanecer na vanguarda da inovação, bem como gigantes de Wall Street que podem perder dinheiro, mas aparecem na CNBC para promover criptomoedas a pessoas comuns que não possuem estabilidade financeira.
Por fim, executivos de corretoras que, apesar de bilionários, não ostentam sua fortuna e planejam doá-la por inteiro também foram alvos das críticas.
Criptomoedas são uma mistura de marketing multi-nível e esquema Ponzi, diz FT
Seguindo, a matéria do FT afirma que a chegada das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) impõe um grande risco às criptomoedas. Como argumento, é destacado que as moedas estatais serão mais rápidas, baratas e eficientes.
Quanto as criptomoedas, essas seriam apenas uma pirâmide financeira, promovida por pessoas articuladas e sérias, enquanto o público alvo seriam pessoas sem condição financeira.
“Essas pessoas dão credibilidade a uma indústria de alto risco, opaca e mal compreendida, que deveria ser pensada como algo entre um esquema de marketing multinível e um esquema Ponzi, que vítima — e de fato depende — daqueles que não podem se dar ao luxo de jogar seu dinheiro fora.”
O texto poderia ter sido por um maximalista do Bitcoin, que acredita que tudo menos o BTC é um golpe, mas a mesma colunista já afirmou que o Bitcoin não pode ser separado do resto da indústria, como alguns tentam fazer.
Por fim, citando a senadora americana Elizabeth Warren, o FT também chama as criptomoedas de óleo de cobra. Mas o que realmente parece incomodar são as pessoas que dão vozes a estes investimentos, também referidos como “homens de terno” em outro trecho.
“Devemos ver essa gente das criptomoedas pelo que realmente são: vendedores de óleo de cobra em roupas sensatas.”