Criptomoedas se preparam para um terremoto em março, entenda

Michael Wilson foi classificado em primeiro lugar na pesquisa de investidores institucionais do ano passado, após prever corretamente as liquidações em ações.

Nos últimos meses, as criptomoedas têm apresentado uma estreita relação com o mercado de ações, seguindo sua recuperação desde o início de 2023. Esse movimento pode ser atribuído, em parte, à expectativa de que o Banco Central dos EUA (Fed, sigla em inglês) possa encerrar o aumento das taxas de juros, o que tem impulsionado as cotações das criptomoedas.

No entanto, há uma previsão pessimista por parte de estrategistas da Morgan Stanley, que afirmam que a recente recuperação do mercado de ações é uma “armadilha para touros” e que o mês de março pode trazer um terremoto que afetaria o preço do Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas.

Segundo a análise dos especialistas do banco, os mercados em baixa costumam fazer uma pausa entre as temporadas de ganhos trimestrais antes de sofrer uma queda mais significativa.

“Dada a nossa visão de que a recessão dos lucros está longe de terminar, achamos que março é um mês de alto risco para a próxima queda nas ações”, escreveram analistas do Morgan Stanley, liderados por Michael Wilson, de acordo com a Bloomberg.

“As ações tendem a descobrir isso um mês antes e negociar em baixa e esse ciclo ilustrou esse padrão perfeitamente”, acrescentaram: “Com a incerteza nos fundamentos raramente tão alta, os técnicos podem determinar o próximo grande movimento do mercado”.

Earnings Downgrades to resume. Imagem Bloomberg
Earnings Downgrades to resume. Imagem Bloomberg

Correlação com mercado de ações

O mercado de criptomoedas vem sendo negociado de acordo com ações de tecnologia desde o final de 2020, subindo para preços nunca antes vistos antes de sofrer uma queda quando o Fed começou a aumentar as taxas de juros e sugar a liquidez do sistema.

Apesar disso, é importante ressaltar que a correlação entre criptomoedas e ações vem diminuindo, conforme apontado por pesquisadores do Citi. Isso significa que a correlação entre o Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas com as ações está cada vez mais baixa, o que pode ser uma boa notícia para quem investe em criptomoedas.

“Achamos que este rali é uma armadilha para touros, mas reconhecemos que, se esses níveis puderem se manter, o mercado de ações pode ter uma última posição antes de precificarmos totalmente a queda dos lucros.” disse Michael Wilson, observando que o S&P 500 recuperou sua média móvel de 200 dias.

O S&P 500 caiu por três semanas consecutivas em meio a preocupações de que a inflação nos EUA aumente a perspectiva de mais aumentos nas taxas do Fed. Isso se seguiu a uma alta de até 17% em relação às mínimas de outubro, estimulada pela esperança de que o banco central dos EUA logo se afaste de sua postura de falcão.

O estrategista mencionou que espera que as ações cheguem ao fundo do poço na entre março e junho, prevendo que o S&P 500 cairá até 24%, para 3.000 pontos no primeiro semestre deste ano.

Michael Wilson foi classificado em primeiro lugar na pesquisa de investidores institucionais do ano passado, após prever corretamente as liquidações em ações. Suas análises, portanto, são observadas de perto por investidores institucionais em todo mundo.

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