A empresária e ex-apresentadora do Shark Tank, Cris Arcangeli voltou a processar o apresentador Álvaro Garnero por um possível golpe com Bitcoin. O caso de Representação Criminal/Notícia de Crime é movido no Tribunal de Justiça de São Paulo e foi protocolado na última quinta-feira (20), conforme o Livecoins apurou com a defesa da empresária.
Vale notar que já corre na justiça outro processo movido pela empresária contra o apresentador, porém, na esfera cível. Tudo começou quando Garnero convidou Cris para investir em Bitcoin, uma moeda com alto potencial de rendimento, nas palavras do apresentador.
Confiante na palavra dele, a empresária resolveu investir US$ 300 mil, valor depositado na conta de Garnero, que garantiu que tudo daria certo na ocasião. Contudo, estima-se que ele enviou o valor para Hélio Caxias, que fundou duas empresas suspeitas de pirâmide financeira, a Hibridus Club e Meu Pé de Bitcoin.
Enquanto a primeira lesou investidores em Embu das Artes (SP), a segunda focou no Nordeste do Brasil, principalmente em Pernambuco. As promessas de rendimentos por Hélio Caxias convenceram muitos investidores pequenos, mas a defesa de Cris acredita que Garnero era sócio dele e responsável por captar grandes aportes de pessoas.
Processo na esfera criminal cita possível golpe de Bitcoin aplicado por Garnero na empresária Cris Arcangeli
Chegou a justiça de São Paulo um processo movido pela ex-Shark Tank Cris Arcangeli contra Álvaro Garnero, citando um possível golpe de Bitcoin aplicado por ele.
O processo na vara criminal imputa a Álvaro Garnero, Hélio Caxias e sua esposa Thalia Alves de Andrade, além de outras 4 pessoas, de serem responsáveis de cometer os crimes de pirâmide financeira, organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, possível destruição de provas em curso e continuidade da prática delitiva.
A defesa de Arcangeli lembra que após enviar os valores para Garnero, ele passou a culpar Hélio pelo não repasse dos rendimentos prometidos, com a Hibridus Club já sob investigação. Essa empresa foi alvo de ação no Ministério Público de São Paulo e é citada por ex-clientes em várias ações na justiça.
“Diante de todas as negativas de ÁLVARO em resolver o problema e em uma situação de
eventual, em tese, estelionato ou apropriação indébita de valores, alternativa não restou que não o ajuizamento, por CRISTIANA, de 1. Notícia-crime em face de ÁLVARO para apuração do delito de estelionato – Autos n. 0114057-51.2018.8.26.0050; 2. Ação cível visando à condenação à restituição dos valores – Autos n. 1051965-59.2021.8.26.0100 “.
Arcangeli citou que após ingressar com ação na justiça cível passou a receber mais informações sobre o caso, inclusive de um ex-sócio de Garnero, Kako Perroy, que faliu após investir na Hibridus Club.
Dessa forma, a defesa declarou que Álvaro é um sócio famoso do possível golpe, que captava grandes clientes e abria portas para a captação do grupo.
O que a defesa de Cris Arcangeli quer?
Na justiça, os advogados da apresentadora pediram a abertura de um inquérito policial para apurar os crimes denunciados pela possível organização criminosa, se possível pelo Gaeco.
Além disso, ela espera compreender mais sobre uma possível destruição de provas praticada pelo apresentador, que pegou um celular com informações da “Meu Pé de Bitcoin” com investidores do negócio e devolveu o aparelho sem dados.
“… (a) A determinação da abertura de inquérito policial para apurar a existência dos crimes supra, na forma do art. 5º, inc. II, do Código de Processo Penal e encaminhamento ao GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do PSP; (b) A promoção de todas as diligências pertinentes, em especial cautelares, Considerando a possibilidade de perecimento e destruição de provas, além de não se ter ideia do paradeiro de HÉLIO (e a possibilidade de ida para o exterior).”
Esse pedido ainda está em fase inicial e deverá ser avaliado pela justiça agora. Mas algo que chama atenção no caso é a possível ligação de Álvaro Garnero com Hélio Caxias e seu possível envolvimento com ambas as empresas suspeitas que ofertaram rendimentos fáceis para investidores.
O que diz a defesa de Cris Arcangeli sobre esse possível golpe de Bitcoin?
O Livecoins conversou com o advogado Pedro Abrão, que representa a empresária Cris Arcangeli no processo movido contra Garnero, que explicou que a situação caberá ao Ministério Público, Justiça e polícia investigar os detalhes que envolvem esse possível crime contra investidores.
“A empresária Cristiana Arcangeli ajuizou, em 20.1.2021, notícia-crime (1001236-48.2022.8.26.0050) em face de Álvaro Luiz Monteiro de Carvalho Garnero, Hélio Caxias Ribeiro Filho e outros, visando a apuração, pelas autoridades competentes, da existência de organização criminosa para perpetração dos delitos de estelionato e crimes financeiros no âmbito das operações da Hibridos Club e Meu Pé de Bitcoin.
Cristiana não viu alternativa, já que o Sr. Álvaro Luiz Monteiro de Carvalho Garnero, em suas manifestações, insiste em se desvincular de Hélio Caxias Ribeiro Filho e as empresas em que este esteve ligado, malgrado todas as provas existentes.
Caberá à polícia, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário as conclusões sobre os fundamentos e provas apresentadas, seguindo a empresária Cristiana Arcangeli na esperança de que a justiça seja feita. São Paulo, 21 de janeiro de 2022.”
O que diz a defesa de Álvaro Garnero
A defesa de Álvaro Garnero também foi procurada, após a publicação da reportagem enviou a seguinte nota:
“De acordo com o advogado Nelson Wilians, que representa o empresário Álvaro Garnero, “esse mesmo assunto já foi objeto de pedido da Sra. Cristiana Arcangeli de instauração de inquérito policial, no qual, em janeiro de 2020, o magistrado atuante no caso concluiu pela ausência de “indício de caráter criminoso na conduta descrita, porque inexistente”.
Estamos diante de um nítido e clássico caso de ‘jus sperniandi’.
As investidas infundadas da Sra. Cristiana Arcangeli em macular a imagem do Sr. Álvaro são objeto, inclusive, de pedido de indenização”.