Como muitas mineradoras de Bitcoin desligaram suas máquinas nos últimos dias, a dificuldade na mineração registrou sua segunda maior queda da história, -15% no dia 3 de dezembro.
Isso ajudou a aumentar a rentabilidade daqueles que ainda administram plataformas de mineração, mas fortaleceu temores de centralização.
A dificuldade de mineração do Bitcoin é ajustada a cada duas semanas para manter o tempo de geração de blocos em 10 minutos. Isto significa que se houver muitos mineradores competindo entre si e propagando blocos em menos de dez minutos, a dificuldade do próximo “quebra-cabeça” será aumentada.
Se houverem poucos mineradores e demorar muito mais tempo para encontrar uma solução, a dificuldade é diminuída – ambas as vezes apenas o suficiente para manter os tempos de geração de blocos em torno de 10 minutos.
De acordo com estimativas do maior grupo de mineração, BTC.com, a dificuldade pode cair mais 16% nas próximas duas semanas, nesse caso, quase alcançaria a taxa de maio e junho.
De acordo com notícias de novembro, aproximadamente 600.000 e 800.000 mineradoras de Bitcoin desligaram suas operações na segunda quinzena de novembro.
A empresa de análise de mercado Autonomous Research estima que pelo menos 100 mil mineradoras individuais fecharam, e a consultoria Fundstrat Global Advisors acrescenta que desde o início de setembro, cerca de 1,4 milhão de servidores foram desligados.
Esta saída de mineradores levou a taxa de hash do Bitcoin (ou poder de computação) junto, uma vez que ela está 36% menor que seu recorde em setembro.
Conforme já informado pelo Livecoins, as mineradoras estão sob pressão, já que o preço do bitcoin caiu 80% desde sua maior alta de todos os tempos em dezembro de 2017. Em novembro o bitcoin perdeu 37% de seu valor, caindo abaixo de US $ 4.000.
O CEO da pool de mineração F2Pool disse em setembro que o ponto de equilíbrio para a mineração Bitcoin estava entre US $ 3.891 e US $ 11.581, dependendo do equipamento usado.
Naquela época, cada BTC era negociado por cerca de US $ 6.400. No entanto, o economista e investidor de Bitcoin, Tuur Demeester, disse que não valia mais a pena minerar Bitcoin pois o custo de mineração era igual ou menor que o valor da moeda digital:
“Bitcoin Mining breakeven cost” is confusing as a general concept, because it implies a static BTC revenue per hash. However hashrate rewards adjust dynamically, via biweekly difficulty adjustment and the fee market.
— Tuur Demeester (@TuurDemeester) December 4, 2018
Com a dificuldade de mineração menor, os mineradores restantes terão um trabalho mais fácil. No entanto, Malachi Salcido, chefe da Wenatchee , uma das maiores mineradoras da América do Norte, disse à Bloomberg que apenas alguns poucos podem se manter no jogo:
Mineradores com muitos equipamentos, modelos de negócios específicos com custos de eletricidade extremamente baixos.
Algumas pessoas temem um ataque de 51% caso algumas das mineradoras restantes decidam se unir.
A comunidade é mais otimista: Ela lembra que a maior queda de poder computacional (-18%) em 2011 trouxe um aumento de preço de 150% para o Bitcoin – de US $ 2 para US $ 5 em cerca de 60 dias.
Muitos dizem que os padrões do passado não são garantia para o futuro – “Só porque isso aconteceu antes, não significa que acontecerá de novo”, diz o Redditor u/Red5point1 – nem todos concordam com esse sentimento.
O usuário u/Mowglio aponta: “Claro, dados históricos não garantem resultados futuros, mas é literalmente o que toda análise científica é baseada. Jogá-lo ao vento como se não importasse é uma das coisas mais idiotas que você pode fazer.”
Veja Andreas M. Antonopoulos, discutindo se mudanças súbitas no poder de hash da mineração poderiam destruir o Bitcoin:
E você, acha que a queda de hash do Bitcoin pode deixa-lo vunerável a um ataque 51%?
As informações são do CryptoNews