Dogecoin, a criptomoeda feita como uma piada, surpreendeu o mundo após disparar 150% em poucas horas e ser negociada por um valor recorde de R$ 2,40. O marco histórico levou o valor de mercado do ativo digital para acima de US $ 42 bilhões de dólares, cerca de R$ 234 bilhões.
O resultado da alta é que a capitalização de mercado da DOGE agora é maior do que o banco Itaú, o maior banco brasileiro, que atualmente é avaliado em cerca de R$ 162 bilhões.
A moeda digital que surgiu há oito anos superou praticamente todas as empresas brasileiras e agora só está atrás da AMBEV, BTG Pactual, Petrobras e Vale.
Dogecoin?
A comparação é um pouco injusta porque a Dogecoin não é uma empresa que tem receitas ou lucros. E ao contrário do Bitcoin e do Ethereum, ninguém acha – exceto Elon Musk – que a moeda vai se tornar a base de um novo sistema financeiro mundial.
As pessoas compram Dogecoin porque é divertido e porque elas acreditam que podem ganhar algum dinheiro com isso.
O aumento do preço da moeda é um sinal de que muitas pessoas decidiram que seria divertido investir na Dogecoin.
O fato de muitas pessoas terem dinheiro para gastar em um piada pode ser resultado de problemas econômicos maiores. A impressão de dinheiro descontrolada, as taxas de juros baixas e o rendimento pífio da poupança significa que muitas pessoas podem querer arriscar em outras coisas.
A questão é que a moeda que foi feita como uma simples brincadeira superou o valor de mercado do maior banco do país e de várias empresas. E isso não pode ser ignorado, afinal, os bancos sempre foram inimigos das criptomoedas, o que torna a situação constrangedora.
#Dogecoin $DOGE ultrapassou o valor de mercado do Itaú #ITUB4. Um cachorro morto atropelou um dos maiores bancos da América "La"tina. Uff ufff… much wow… so much utility. pic.twitter.com/9nSLK8KTky
— Marcel Pechman | Junte Sats ⚡🚀 (@RadarBtc) April 16, 2021
Itaú?
Várias criptomoedas já superaram as maiores empresas do mundo em valor de mercado, o Bitcoin sozinho atualmente tem uma capitalização maior que todas as empresas listadas na B3.
A capitalização total de mercado de criptomoedas atualmente só perde para a Apple, a maior empresa do mundo, mas falta pouco para que a gigante seja superada.
Os bancos brasileiros sempre tiveram uma postura muito hostil em relação as criptomoedas e durante anos atrasaram e dificultaram a vida daqueles que negociavam os ativos digitais.
Na missão de tentar prejudicar o mercado e atrapalhar aqueles pioneiros que queriam ter exposição aos ativos digitais, os bancos fecharam contas de corretoras e de pessoas que negociavam criptomoedas. A ação era uma especie de “aviso” para os demais.
Em vão.
As moedas digitais prosperaram em meio a repressão governamental e sabotagem dos bancos.
Agora, ao serem atropelados dia após dia por várias criptomoedas, inclusive por uma feita para ser nada além de uma piada, os bancos parecem ter percebido que estavam no caminho para a extinção.
O Itaú mudou de “vou bloquear sua conta por desinteresse comercial” para, “agora é possível investir em criptomoedas no Itaú.”
O cenário era previsto por Satoshi Nakamoto em uma postagem publicada ainda em 2010, mas isso é assunto para outro artigo.