Suspeito de roubar R$ 36 milhões de seus clientes, o dono da corretora de criptomoedas Bitsonic foi preso e aguarda um julgamento na Coreia do Sul.
Acontece que em agosto de 2021 a plataforma travava os saques aos clientes pela última vez, para nunca mais liberar nenhum valor. Na ocasião, o bitcoin experimentava um dos seus maiores movimentos de alta do mercado, que viria a se confirmar em novembro daquele ano, quando 1 BTC atingiu a cotação de US$ 69 mil.
Jinwook Shin, o CEO da Bitsonic, travou os saques dos clientes e alegou vários problemas em sua plataforma. Contudo, investigações apontam que ele pode ter causado a situação para fugir com o dinheiro dos investidores.
CEO da corretora de criptomoedas Bitsonic é preso e levado a julgamento.
De acordo com o portal coreano Chosun, desde que a Bitsonic travou seus saques e clientes começaram a reclamar, promotores da Coreia do Sul investigam o caso minuciosamente.
O principal suspeito é o CEO, que recentemente acabou sendo preso pelas autoridades. Entre as acusações pesam contra ele falsificação de registros e crimes que violam a lei local.
Sua prisão teria ocorrido no último dia 7 de agosto de 2023, confirmada por autoridades um dia depois. O vice-presidente da Bitsonic também foi levado a julgamento nos últimos dias, por suspeitas de atrapalhar as investigações contra o crime. No entanto, o VP da corretora não foi preso ainda.
De acordo com a investigação da promotoria, o CEO da Bitsonic não tinha criptomoedas de verdade em sua corretora, mas apenas mostrava aos clientes falsos gráficos e negociações. Os volumes da corretora também não passavam de miragens, e os investidores tinham problemas ao negociar com a plataforma.
A investigação apura que a fraude durou de janeiro de 2019 a maio de 2021, quando o esquema ruiu de vez. Durante o período do esquema, Shin colocou um aviso aos investidores de que sua plataforma tinha uma parceria comercial com uma grande corretoras de criptomoedas internacional, em busca de legitimar sua plataforma fraudulenta.
Quando esquema começou a ruir, o “Rei dos Bitcoins” da Coreia do Sul tentou manobra desesperada
Quando os clientes começaram a pedir os saques da corretora, o CEO tentou manobras para não processar pedidos, visto que tinha menos em sua posse do que realmente prometia aos investidores. Ou seja, a corretora não tinha uma segregação patrimonial das criptomoedas e misturava o patrimônio dos clientes ao dinheiro pessoal do dono, em meio a fraude.
Vale lembrar que no Brasil um caso similar ocorreu com o Grupo Bitcoin Banco, alvo da Polícia Federal na Operação Daemon, que prendeu o Rei dos bitcoins, Cláudio Oliveira. Ele também mantinha uma plataforma falsa de negociações a clientes, que simulavam operações. Quando os clientes pediam os saques, os problemas começavam.
Na Coreia do Sul, desde a queda da Terra (LUNA) em 2022, esquema de Do Kwon, as autoridades endureceram as punições a quem comete crimes no mercado de criptomoedas.
Ainda não está claro quanto tempo Shin poderá permanecer preso pelo caso Bitsonic, acompanhado de seu vice-presidente, também sob investigação no caso.