Dono de corretora é preso por roubar R$ 749 milhões de clientes

Ao todo, as ações de Firano causaram prejuízo de 120 milhões de euros (quase R$ 750 milhões) aos seus mais de 230 mil clientes. Corretora de criptomoedas foi hackeada em 2018.

Em 2018, um dos maiores hacks do mundo das criptomoedas e um dos maiores roubos da história da Itália atingiu a corretora BitGrail, que fez seus clientes perderem cerca de 17 milhões da criptomoeda Nano. Agora, em um caso considerado único pela polícia italiana, o próprio CEO da corretora foi acusado de ter roubado seus clientes, além de ter facilitado o ataque hacker. As informações são do site local Il Messaggero.

Franscesco Firano, CEO da BitGrail, que chegou a ser condenado a devolver todas as criptomoedas que foram roubadas da corretora, foi acusado de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e declaração de falência fraudulenta. Firano, identificado como FF pela polícia, sabia dos ataques hackers desde 2017, mas não declarou nada aos seus clientes e até mesmo aproveitou a oportunidade para roubar descaradamente.

Francesco Firano quando anunciou o hack da BitGrail apenas em 2018, na época ainda pagando de bom moço e culpando os desenvolvedores da Nano.

Ainda não se sabe quem foi o responsável pelos ataques hackers, mas com as recentes evidências, a polícia acredita que Firano possa ter sido o “hacker” que roubou sua própria corretora, declarando falência após o fato e, ainda assim, roubando mais uma vez os seus clientes. Com isso ele se tornou o principal suspeito, com seis mandados de prisão emitidos contra Firano e seus colaboradores.

CEO da BitGrail, Franscesco Firano

Ao todo, as ações de Firano causaram prejuízo de 120 milhões de euros (quase R$ 750 milhões) aos seus mais de 230 mil clientes. 

“Esse é o maior ataque cibernético financeiro na Itália e um dos maiores do mundo”, declarou a polícia local.

CEO sabia dos ataques hackers desde 2017

Um dos principais fatos contra Firano é que, como CEO da BitGrail, ele levou mais de um ano para relevar um ataque hacker realizado na plataforma. De acordo com as investigações, a exchange vinha sendo hackeada desde junho de 2017. FF pode até não ser responsável direto por esses ataques, mas a investigação deixou claro que ele não fez nada para impedir essas invasões e os roubos, dando a entender que ele estava se beneficiando das ações do suposto hacker.

Sobre o caso, em uma entrevista para a Reuters, o diretor nacional do Centro de Ciber-Crimes da Itália, Ivano Gabrielli disse que após o começo da investigação, ficou claro que o CEO da BitGrail estava envolvido.

“Ainda não está claro se ele participou ativamente no roubo ou se ele simplesmente decidiu não aumentar o nível de segurança após descobrir os ataques.”

Apenas em 2018 que FF comunicou à polícia o roubo de criptomoedas em sua plataforma, no agora infame hack das 17 milhões de Nano. Mas mesmo após a comunicação do crime, Firano ainda estava atuando de má fé.

CEO da BitGrail roubou dinheiro antes de declarar falência

Depois de finalmente revelar os ataques hackers sofridos, a BitGrail acabou encerrando suas atividades. Firano chegou a declarar falência depois e uma investigação teve início em fevereiro de 2018.

Mas, apenas três dias antes de declarar falência, ele transferiu o valor de clientes, que estavam em criptomoedas, para a sua conta pessoal em uma corretora de Bitcoin em Malta. No total, ele conseguiu transferir US$ 2 milhões para a sua conta pessoal.

Ele também tentou esvaziar suas contas pessoais, mas os investigadores impediram que ele conseguisse movimentar os valores.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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