O Drex, moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil, já processou mais de 500 transações entre 11 instituições participantes do projeto-piloto. O marco foi comemorado pelo Bacen, que prevê um crescimento da tecnologia.
Antigo Real digital, o Drex deve chegar em definitivo apenas no final de 2024. Mesmo assim, a fase atual de testes com transações básicas já começou a mostrar os primeiros resultados.
Na última segunda-feira (11), por exemplo, os primeiros títulos públicos do Tesouro Nacional já foram emitidos em Drex. Ou seja, o Banco Central conseguiu tokenizar em blockchain os investimentos de renda fixa.
Cada um dos participantes já habilitados recebeu uma cota da versão para simulação dos títulos públicos e, a partir de então, podem iniciar também a simulação de procedimentos de compra e venda desses títulos entre eles e entres clientes simulados.
O Banco Central do Brasil divulgou na última quarta-feira (13) que a operação da primeira fase do Piloto vai até meados de 2024, com o desenvolvimento ainda de outras facilidades na fase seguinte, que permitirão ao Banco Central (BC) avaliar o desempenho da plataforma ao final.
“O potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande. Da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros“, afirma Fabio Araujo, coordenador do projeto do Drex no BC.
Na prática, a cada semana um tipo novo de operação vem sendo realizado pelas instituições participantes. “As operações que estão sendo disponibilizadas para teste na rede são referentes a criação de carteiras para os participantes, que operam com Drex de atacado, e criação de carteiras para clientes finais, que operam com Drex de varejo. Além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seu clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes“, afirma.
Todas essas transações são apenas simuladas e se destinam ao teste de infraestrutura básica do Drex, que ainda não conta com a soluções de proteção à privacidade que serão testadas ao longo do Piloto Drex.
As instituições participantes estão engajadas nos testes e na implantação de suas partes da plataforma, buscando elaborar sistemas compatíveis com a base disponibilizada.
“Para que os testes possam prosseguir para fase de soluções de privacidade, é necessário que os participantes tenham familiaridade com as operações básicas da plataforma Drex“, comenta Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do BC.
“É importante ressaltar que essas são as primeiras operações de um sistema complexo e que a tendência é o número de operações cresça de forma acelerada uma vez que os primeiros testes de cada participante sejam realizados. O alto engajamento é mais um sinal do potencial que os participantes enxergam na plataforma para o desenvolvimento e a oferta futura de soluções inovadoras“, completa.
Projeto de moeda digital de banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC), em criação pelo Banco Central, o Drex propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores.
O Drex é uma nova representação do real, o dinheiro do nosso dia a dia, informou o BCB. Essa nova representação será feita em uma plataforma com tecnologias que permitem a prestação de serviços financeiros de forma eficiente e democrática.
Comentários