“Era do gelo” está chegando: Ethereum pode sofrer alguns atrasos nas próximas semanas

A coisa não está fácil para o Ethereum. Os Core Devs e Security Community anunciaram que o Hard Fork Constantinople seria adiado já que pesquisadores da ChainSecurity descobriram que uma das implementações do upgrade teria o efeito colateral de deixar a rede vulnerável a reentrancy attacks (um ataque similar ao que ocorreu com The DAO).

Um número significante de nodes já havia sido atualizado em preparação para o fork e tiveram que reverter para a versão anterior para evitar que acabassem criando um fork, saindo do consenso. Felizmente, o bloco 7.080.000 — em que aconteceria o fork — já passou e tudo correu bem.

Aparentemente, no entanto, esse não seria o único problema (não estou nem considerando questões como a diminuição drástica do número de nodes, dependência da Infura ou o fato de mesmo grandes companhias ligadas a rede, como a BlockCypher, terem dificuldades de atualizar e sincronizar seus nodes devido ao tamanho excessivo de seu Blockchain) que eles terão que enfrentar com o atraso do fork. A situação ficará ainda mais complicada por conta do fato de que a “bomba de dificuldade” já começou a produzir efeitos.

Quanto o Hard Fork Byzantium Hard Fork (Bloco 4.370.000 em outubro de 2017) atrasou a bomba de dificuldade, ele na verdade estipulou que 3 milhões de blocos a frente estaríamos no mesmo grau de velocidade do tempo entre os blocos em que estávamos antes desta primeira fase do Hard Fork Metropolis (Byzantium) e não que passaríamos a sentir os efeitos a partir daquele bloco. Isso significa que o Ethereum já está sofrendo os efeitos da “bomba”. Quando os efeitos foram sentidos pela primeira vez, chegamos a ter blocos tão lentos quanto 40 segundos (deveriam ser 14).

Afri Schodeon, desenvolvedor da Parity, foi o primeiro que percebeu, no dia 15 de janeiro, que a bomba estava “ativa”, o que foi confirmado por Eric Conner, fundador do Ethhub.

O que exatamente isso tudo significa?

Dados do etherscan mostram que já iniciamos um crescimento no tempo médio entre os blocos:

Então nós já estamos vendo os efeitos da bomba de dificuldade. Essa “ferramenta” foi desenhada para ajustar exponencialmente a dificuldade (a partir de um determinado bloco) até tornar impossível a mineração de Ethereum. É nesse momento que, supostamente, veríamos uma transição “forçada” do protocolo para Proof of Stake.

O que a bomba de dificuldade faz é, após calcular qual a dificuldade que seria necessária para manter o block time, somar 2^38. Alguns cálculos que meu amigo Níckolas Goline (desenvolvedor Blockchain e professor na Blockchain Academy) me apresentou mostram que no bloco 7.200.000 (em menos de 30 dias) teremos uma média de tempo entre os blocos beirando 30 segundos. Isso será prejudicial para muitos Dapps, então os desenvolvedores do Ethereum terão que se apressar na correção dos bug, já que sem o Hard Fork veremos os ‘block times’ dispararem, tornando tudo muito lento na Blockchain do Ethereum…

Hasu: Quando você esquece de apertar o botão soneca da sua bomba de dificuldade.

(sobre o tweet do Eric dizendo que a bomba realmente já foi “ativada”)

Eric Conner: Bem, nós não esquecemos, nós apenas continuamos errando o botão.

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Lucas de C. Ferreira
Lucas de C. Ferreira
Lucas é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos, entusiasta de criptoeconomia e produtor de conteúdo. Atua como Community Manager na Ripio Brasil e é co-fundador do RadarBTC e do canal no youtube Crypto Question YVocê pode encontra-lo no Twitter @ldecferreira.

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