Os EUA estão acusando Iurii Gugnin (38) de lavar US$ 530 milhões em criptomoedas entre 2023 e 2025 através de uma empresa chamada ‘Evita’. Parte desse dinheiro vinha de bancos russos sancionados.
Também conhecido por outros dois nomes, Iurii Mashukov e George Goognin, o russo era presidente, tesoureiro e o responsável pelo compliance da empresa que ele mesmo fundou.
No total, o executivo enfrenta 22 acusações, incluindo fraude bancária, conspiração para fraudar os EUA, violação da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), operação de negócio de transmissão de dinheiro sem licença e omissão de relatórios de atividades suspeitas.
Russo adulterava faturas, ocultando nomes e endereços de seus compatriotas
Nascido na Rússia, Iurii Gugnin morava em Nova York e foi preso nesta segunda-feira (9) pelas autoridades americanas. As acusações apontam que ele montou uma operação de lavagem de dinheiro disfarçada de uma startup de criptomoedas.
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Suas duas empresas, Evita Investments Inc. e Evita Pay Inc., processaram cerca de US$ 530 milhões (R$ 2,9 bilhões) em transações. Em suma, o executivo recebia criptomoedas e lavava esse dinheiro nos EUA, convertendo esses fundos para moedsa fiduciárias enquanto ocultava informações de seus clientes russos.
Embora afirmasse para outras empresas que não trabalhava com empresas russas, a Justiça americana aponta que o executivo processava pagamentos de bancos sancionados, incluindo Sberbank, Sovcombank, VTB Bank e Tinkoff Bank.
O texto também aponta que Gugnin ajudou clientes a comprar eletrônicos, bem como lavar fundos para um fornecedor comprar peças para a Rosatom, uma empresa estatal russa de energia nuclear.
“Para ocultar suas atividades, Gugnin adulterava digitalmente faturas, apagando nomes e endereços de clientes russos.”
Por fim, os EUA acusam o russo de ignorar protocolos de KYC (conheça seu cliente), omitindo relatórios sobre atividades suspeitas.
Russo fez diversas buscas suspeitas no Google, aponta processo
Outra parte que chama atenção no processo é a que cita o histórico de buscas de Iurii Gugnin no Google. Segundo as autoridades, isso comprova que o russo sabia o que estava fazendo.
Dentre as pesquisas, o destaque fica para as seguintes:
- “Como saber se há uma investigação contra você”;
- “Iurii Gugnin registros criminais”;
- “penas por lavagem de dinheiro nos EUA”;
- “sanções por violação de sanções na UE bens de luxo”;
- “estou sendo investigado?”;
- “sinais de que você está sob investigação criminal”.
Caso condenado, Gugnin pode enfrentar uma pena máxima de 30 anos de prisão por cada acusação de fraude bancária, 20 por cada acusação de fraude eletrônica, violação da IEEPA, lavagem de dinheiro e conspiração.
Além disso, outros 10 anos por falhar no combate à lavagem de dinheiro e omissão de relatórios e 5 anos por conspiração para fraudar os EUA e operar um negócio sem licença.
Portanto, mesmo recebendo penas reduzidas, seu tempo na prisão será grande caso seja considerado culpado pelos crimes que está sendo acusado.