
Águia-americana, símbolo dos EUA. Foto: Denis Doukhan/Pixabay
Em documento de 53 páginas publicado recentemente, os EUA confirmaram que a indústria de criptomoedas foi alvo da ‘Operação Choke Point 2.0‘ durante o governo Biden. O objetivo cortar o oferecimento de serviços financeiros para essas empresas, sufocando seus trabalhos.
“A Administração Biden tentou tornar quase impossível a realização de atividades relacionadas a ativos digitais”, inicia o documento.
O nome da operação deriva de sua primeira versão, ligada ao governo Obama, quando diversas outras indústrias foram silenciosamente punidas pelo sistema.
Como exemplo, documentos publicados no ano passado revelaram que o FDIC, que funciona de forma similar ao Fundo Garantidor de Crédito no Brasil, proibiu que bancos aceitassem clientes que trabalhassem com criptomoedas.
Junto ao FDIC, o OCC (Escritório de Controladoria da Moeda) e o Fed também publicaram diversos avisos contra a indústria cripto, afirmando que faltava maturidade e robustez no setor.
Somado a isso, o novo relatório do governo americano nota que a falta de clareza regulatória era outra tática empregada para frear o desenvolvimento das criptomoedas.
“Qualquer empresa envolvida em atividade comercial legítima e legal não deveria sofrer encerramento de conta motivado pelas preferências políticas de uma administração ou regulador”, aponta o documento. “É fundamental que os padrões de administrações anteriores sejam identificados e seus métodos compreendidos para ajudar a garantir que futuras administrações não possam sufocar empresas e setores simplesmente porque discordam deles ou não os compreendem totalmente.”
“Os republicanos do Comitê buscam impedir uma “Operation Choke Point 3.0” e assegurar que empresas americanas legítimas não sejam alvo nem tenham acesso a serviços financeiros negado por reguladores federais no futuro.”
Dentre os destaques do estudo, um trecho aponta que o governo Biden afirmava que o uso de criptomoedas na lavagem de dinheiro ficava em níveis muito menores do que de ativos tradicionais.
Ainda assim, eles associavam às criptomoedas em violações de normas de AML (anti-lavagem de dinheiro) e CFT (combate ao terrorismo).
“Em outras palavras, a própria Administração Biden reconheceu que o uso de ativos digitais para lavar dinheiro é menos comum que o uso de dinheiro tradicional, e que o uso de ativos digitais para financiar terrorismo é “limitado em escala”.”
Seguindo, o texto aponta que executivos do setor sofreram uma pressão informal tanto pela falta de uma regulação clara quanto por serem expulsos do mercado financeiro tradicional.
Os abusos foram cometidos por diversas agências americanas, incluindo Fed, SEC, OCC, FDIC, dentre outras.
O estudo aponta que ao menos 30 pessoas e empresas do setor de criptomoedas foram prejudicadas pela Operação Choke Point 2.0.
Agora o objetivo do novo governo, há quase um ano no comando dos EUA, é reverter todas essas ações.
“Desde sua posse em 2025, o presidente Trump tem trabalhado para reverter as práticas de “debanking” da Administração Biden e para reviver a inovação em ativos digitais nos Estados Unidos.”
Dentre os exemplos citados está o já aprovado Genius Act, bem como uma mudança completa na mentalidade de suas agências através de programas como o ‘Projeto Crypto‘ e a publicação do SAB 122 pela SEC.
Outro destaque fica para o perdão presidencial para diversos players da indústria, incluindo Ross Ulbricht, Changpeng Zhao, Arthur Hayes, dentre outros.
“A Administração Biden ressuscitou certas táticas da Operation Choke Point, o que representa um preocupante abuso de autoridade regulatória. Sob o pretexto de gestão de risco e proteção ao consumidor, agências federais atacaram indústrias e atividades legais que não se alinhavam às preferências políticas da Administração Biden”, finaliza o documento.
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