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Ex-desenvolvedor da Monero é acusado de ajudar Interpol a rastrear criptomoedas

Moeda privada considerada irrastreável por sua comunidade passa por problemas no alto escalão.

Preso em 2021, Riccardo Spagni, um dos líderes de desenvolvimento da criptomoeda Monero, tem sido acusado de ajudar autoridades a rastrear transações pela rede da moeda privada.

O caso começou a repercutir na comunidade após uma revelação de James Edwards, que via Twitter, disse que haviam indícios de que Riccardo estava colaborando com agentes da Interpol.

Seu auxílio à Polícia Internacional supostamente começou após sua prisão em 2021. Como era o principal mantenedor da Monero, o caso se mostra perigoso para quem utiliza a criptomoeda buscando privacidade.

“Não tenho certeza de como este espaço perdeu isso, mas Riccardo Spagni, o fundador e principal mantenedor do Monero $XMR revelou-se como informante da Interpol depois de ter sido detido pela US Marshals aguardando extradição. As evidências sugerem fortemente que ele os ajuda a rastrear Monero.”

O que diz a acusação contra Riccardo Spagni?

Um ex-empregador de Riccardo Spagni pediu sua extradição para os EUA, país em que ele morava no passado. O pedido chegou na África do Sul, mas ele pediu adiamento do julgamento, visto que tinha medo de viajar e pegar COVID-19.

Mesmo assim, ele viajou por contra própria para Bermuda e logo depois seguiu para os EUA, mesmo sem vacinas em 2021. De acordo com James Edwards, na ocasião, os EUA barravam todos que não tinham se vacinado, mas por algum motivo Riccardo e sua esposa tiveram passagem livre, o que lhe soa suspeito.

Outro ponto suspeito é o fato de Riccardo Spagni ter saído da África do Sul fazendo escala em Bermuda, antes de ir aos EUA. Como ele permaneceu duas semanas no local, alegando ter contraído Covid-19, e só depois foi ao Estados Unidos, o caso pode soar estranho.

Isso porque, seus advogados indicam que Spagni concordou em cooperar com as autoridades e um pedido de MLA do Reino Unido, possivelmente de uma investigação envolvendo crimes com criptomoedas.

O próprio Edwards reconhece que pode ter exagerado nas suas suspeitas contra o ex-mantenedor do Monero, mas gostaria de saber a opinião dele sobre o caso.

“Talvez este tópico seja totalmente exagerado. Isso é possível, claro. Mas talvez não seja. Quer saber uma maneira de descobrir com certeza? Vamos perguntar Riccardo Spagni o que ele estava ajudando Interpol com ou, mais especificamente, qual era a natureza deste “pedido de MLA do Reino Unido”?”

Ex-desenvolvedor do Monero diz que não ajudou a rastrear transações e se diz decepcionado por ter que se defender

Nesta quarta-feira (22), Riccardo Spagni enfim quebrou o silêncio para se defender das acusações. De acordo com sua resposta via Twitter, ele alega que nunca ajudou governos a rastrearem transações de Monero.

“Em nenhum momento eu já me encontrei e/ou ajudei uma agência de aplicação da lei, ou um governo, ou um indivíduo, ou uma agência governamental, ou uma empresa, ou QUALQUER UM a rastrear o Monero.”

De acordo com Spagni, não há mais nenhum recurso do Monero em sua posse, nem mesmo o controle da conta no GitHub do projeto, nem fundos doados. Ou seja, ele já entregou tudo para outros membros da comunidade e não tem mais como ajudar autoridades com nada além do que ele sabe sobre o funcionamento de código aberto do projeto.

Ele lembra que o Monero já existe há 10 anos e passou por vários processos de auditoria durante os anos. Assim, sua criptografia recebeu validações e segue atestada como segura, diz o ex-mantenedor.

Dessa forma, Riccardo se diz decepcionado por ter de se defender de acusações de um “golpista conhecido”, negando que ajudou a rastrear a moeda que por tanto tempo defendeu.

“É mais do que decepcionante que eu tenha que escrever este tópico. As acusações de um golpista conhecido são claramente absurdas e não precisam ser refutadas. Esta é a lei de Brandolini em ação!”

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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