Ex-funcionário da Braiscompany esconde empresa de currículo

Ex-funcionário disse que na maior parte do tempo participava de reuniões de coach e produtos da empresa eram invenções que não saiam do papel.

Um ex-funcionário da empresa Braiscompany, que trabalhou no setor desenvolvimento, declarou que a experiência com a empresa não foi nada boa, visto que os produtos ofertados eram irreais.

Para se dizer uma empresa de alta tecnologia, além das criptomoedas, a Brais da Paraíba dizia pesquisar inovações.

Em publicações pelas redes sociais, empreendimentos com drones para entregar papel, patinetes elétricos, entre outras mais apareciam para os clientes. O clima, pelo menos fora da empresa, passava a imagem de uma empresa de sucesso que sabia como inovar e empreender no Brasil.

Dentro do negócio, contudo, os desenvolvedores tinham que fingir terem trabalho e frequentar reuniões de coach.

Ex-funcionário da Braiscompany diz que não tinha trabalho: “tinha que fingir”

De acordo com o Paraíba Feminina, portal de notícias local, um funcionário antigo da Braiscompany desabafou sobre o clima na empresa.

Segundo a fonte, que preferiu não se identificar, a Braiscompany apresentava novos produtos aos investidores a cada dez dias em publicações. No entanto, dentro da empresa os desenvolvedores não estavam realmente criado soluções, mas frequentando reuniões de coach.

Um dos casos citados por ele envolve um possível serviço de entrega de documentos com uso de drones, que ainda estava em fase de pesquisa pelos desenvolvedores. Enquanto isso, a Braiscompany já divulgava imagens com drones em redes sociais. O projeto, entretanto, nunca saiu do papel.

Ou seja, enquanto os investidores acreditavam investir em um negócio sólido de inovação e locação de criptomoedas, de fato aportavam em uma empresa que não tinha planos concretos no mercado.

Ex-funcionário oculta experiência na empresa de currículo

Após a passagem frustrante pela empresa de Campina Grande, o ex-funcionário acredita que não compensa colocar a experiência na Braiscompany em seu currículo. Segundo ele, seria “melhor até falar que trabalhou em um cabaré”, do que na empresa que promete rendimentos no mercado.

Em sua denúncia, o ex-Braiscompany lembra que os traders da empresa não ganhavam bem, a menos que levassem mais investidores para o negócio ou ajudassem na venda dos cursos.

O foco do negócio então estava na atuação dos brokers, aqueles responsáveis por levar mais investidores para o negócio, recebendo o máximo de aportes possíveis. Em dias de fotos para redes sociais, os funcionários eram orientados a utilizar roupas similares, para passar uma boa imagem pública.

Reuniões simuladas também eram comuns entre os funcionários da empresa, assim como gritos pelos corredores para mostrar motivações. Hoje, o ex-funcionário se disse envergonhado pela sua passagem pela empresa que atrasa pagamentos a investidores de todo o Brasil.

Vale lembrar que a Braiscompany costuma exibir o símbolo do Great Place do To Work (GPTW), adquirido em 2022. Mas as novas opiniões de um ex-funcionário podem colocar uma nova visão sobre o clima de trabalho na empresa.

Great Place To Work lista a Braiscompany
Great Place To Work lista a Braiscompany. Reprodução.
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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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