‘Falta de regulação causou problemas terríveis no mercado de criptomoedas’, diz CEO da Coinbase

Nem todos concordam com a perspectiva de Armstrong. Alguns insiders da indústria argumentam que a natureza descentralizada das criptomoedas, como o Bitcoin, significa que elas devem operar fora do alcance dos reguladores.

Brian Armstrong, CEO e fundador da Coinbase — a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos — disse em uma entrevista recente para a CNBC que a falta de regulação sobre as criptomoedas causou problemas ‘terríveis’ no país.

Ao destacar a dimensão da adoção de criptomoedas nos Estados Unidos, Armstrong mencionou que cerca de 56 milhões de americanos investem em moedas digitais.

Comparativamente, apenas um milhão de americanos possui veículos elétricos, ilustrando a popularidade crescente das criptomoedas em relação a outras tecnologias emergentes.

“Aproximadamente 56 milhões de americanos investem em criptomoedas. Isso é cerca de 1 em cada 5 americanos. Só para lhe dar uma noção de escala, cerca de 5 vezes mais americanos usaram criptomoedas do que um veículo elétrico. Isso não é uma coisa de minoria. É um mainstream na sociedade americana.” disse.

Falta de regulação causou problemas terríveis

Brian Armstrong em entrevista para CNBC Imagem: Reprodução
Brian Armstrong em entrevista para CNBC Imagem: Reprodução

O empresário enfatizou a necessidade de regulamentações que não apenas protejam os investidores contra potenciais prejuízos, mas também reconheçam e incentivem o potencial inovador da tecnologia por trás das criptomoedas.

Segundo ele, a falta de diretrizes claras levou a “catástrofes”, incluindo a migração de muitas empresas de criptomoedas para o exterior, o colapso de várias corretoras e a perda da posição dominante dos EUA no cenário financeiro global.

“Precisamos de regras claras que reconheçam o potencial de inovação desta tecnologia, mas que também protejam os consumidores de danos. Na ausência disso, vimos coisas terríveis acontecerem. A indústria mudou-se para offshores, vimos as corretoras explodirem, e vimos um enfraquecimento do domínio da América como centro financeiro, como líder tecnológico.”

Uma questão-chave levantada por Armstrong foi a recente decisão judicial em favor da gestora do maior fundo de Bitcoin do mercado, Grayscale. A justiça americana determinou que a Comissão de Valores Mobiliários do país (SEC, sigla em inglês) deveria reavaliar o pedido de ETF de Bitcoin da empresa.

Tal decisão foi elogiada por Armstrong como um passo positivo, já que muitos veem os ETFs como uma maneira de trazer mais estabilidade e legitimidade ao mundo das criptomoedas.

Mercado de criptomoedas precisa de regulação?

Nem todos concordam com a perspectiva de Armstrong. Alguns insiders da indústria argumentam que a natureza descentralizada das criptomoedas, como o Bitcoin, significa que elas devem operar fora do alcance dos reguladores.

“A beleza das redes sem permissão é que elas empoderam o indivíduo, não os governos”, disse um especialista que pediu para permanecer anônimo.

Por outro lado, existem vozes que clamam por uma supervisão mais rigorosa ao setor. Estes críticos acreditam que, sem regulamentação adequada, o mercado de criptomoedas permanecerá vulnerável as manipulações e fraudes. Eles argumentam que é dever dos reguladores proteger os cidadãos de práticas criminosas.

O debate em torno da regulamentação da criptomoeda não é novo e está longe de ser resolvido. No entanto, é evidente que a solução ideal exigirá um equilíbrio entre permitir a inovação e proteger os investidores.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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