O faraó dos bitcoins, Glaidson Acácio dos Santos, resolveu pedir de volta as doações que realizou para a Igreja Universal do Reino de Deus, após se irritar com a igreja da qual já foi pastor.
Antes de ser preso, Glaidson doou pelo menos 72 milhões para a Igreja Universal, na época como fiel.
No entanto, a igreja suspeitou das altas quantias depositadas em suas contas e pediu ao dono da GAS Consultoria que suspendesse as doações.
Depois de ser alvo da PF na Operação Kryptos e ser preso, Glaidson e sua empresa foram alvos de um processo da Igreja Universal. No processo, a instituição religiosa pedia a produção de provas antecipadas, para que o faraó enviasse relatórios com a procedência dos valores doados.
Faraó dos bitcoins se irrita com cobranças da Igreja Universal e pede doações de volta
Aparentemente, o faraó dos bitcoins está furioso com a Igreja Universal. De acordo com informações reveladas pelo Extra, ele exige que a instituição devolva 72 milhões de reais doados.
A irritação começou quando a igreja comandada por Edir Macedo exigiu dele comprovantes de que o dinheiro recebido era “limpo”.
Ex-pastor e preso, Glaidson demonstrou total insatisfação com as indagações da Igreja e, por conta disso, agora espera reaver o valor.
Na justiça, ele defendeu que as doações foram realizadas de forma lícita, pelo simples fato de que Glaidson se sente acolhido pela família Universal.
Um dos pastores do Templo de Salomão, sede da Igreja, pregou aos fiéis que eles caíram na pirâmide da GAS, o que irritou ainda mais o ex-pastor. O vídeo consta nos autos do processo que tem como base a revogação de doação, no artigo n.º 555 do Código Civil.
“Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.”
Em nota, a Universal declarou apenas que já havia alertado o público e autoridades sobre a possível pirâmide.
Universal segue processada por ligação com pirâmide de Cabo Frio, mas na justiça venceu muitos casos
Chama atenção que vários ex-clientes da GAS, desesperados até hoje pelo não recebimento de seus investimentos, já incluíram a Igreja Universal em causas na justiça.
Em março de 2022, por exemplo, um juiz do Distrito Federal chegou a congelar contas bancárias da Igreja Universal. O pedido inusitado é apenas um dos muitos que chegam contra a igreja.
Apesar disso, em muitos casos a Universal saiu vitoriosa, com magistrados informando aos ex-clientes da GAS que não podem bloquear contas da empresa pelo simples fato de ela ter recebido doações.