El Salvador passou a ser um dos países queridinhos dos entusiastas do Bitcoin, isso porque, o país da América Central foi o primeiro do mundo legalizar a criptomoeda como uma moeda de curso legal. No entanto, enquanto isso atraiu a atenção positiva dos apoiadores do ativo, a adoção da moeda também passou a receber atenção negativa dos reguladores.
Um porta-voz do Fundo Monetário Internacional, o FMI, está “preocupado” com a adoção do Bitcoin por El Salvador, dizendo que a organização identificou potenciais problemas com essa nova atualização do setor financeiro do país.
Os planos para tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal foram anunciados na semana passada, com a lei sendo adotada oficialmente ainda nesta semana, demonstrando a pressa de El Salvador para trazer grandes mudanças para o sistema financeiro.
A partir de junho, o Bitcoin se torna moeda legal e não pode ser recusada em nenhum comércio (que tenha a tecnologia necessária para receber esse tipo de pagamento).
Mas, claro, isso não seria algo que passaria despercebido pelo FMI, que em muitas ocasiões atua como braço dos Estados Unidos, principalmente nas questões relacionadas a América Central e América do Sul.
De acordo com o porta-voz do FMI, Gerry Rice, que falou em uma coletiva de imprensa, a adoção do Bitcoin traz uma série de problemas financeiros e para a macroeconomia, que precisarão de muita atenção e cuidado no futuro.
“A adoção do Bitcoin como moeda de curso legal levanta uma série de problemas macroeconômicos, legais e financeiros que precisam de uma análise cuidadosa, então nós estamos seguindo a desenvoltura do caso bem de perto e vamos continuar nossas consultas com autoridades.”
Gerry concluiu que os ativos digitais preocupam o FMI por causa dos problemas e riscos que eles podem causar.
“Ativos criptográficos (criptomoedas) podem oferecer riscos significantes e medias de regulamentação efetivas são muito importantes ao lidar com eles.”
Enquanto o FMI está preocupado com os riscos que o Bitcoin oferece, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele acredita que a moeda pode ser a solução para as pessoas que não têm acesso ao sistema bancário (cerca de 70% da população de El Salvador não tem acesso ao sistema financeiro tradicional).
“Todo restaurante, toda barbearia, todos os bancos – tudo poderá ser pago em dólares dos EUA ou em Bitcoin e ninguém poderá recusar o pagamento.”
Observar o que vai acontecer com El Salvador nos próximos anos será um importante exercício para o criptomercado para entendermos como o Bitcoin será aceito em um “esquema maior” em relação internacional.