Enquanto o Bitcoin está prestes a completar 14 anos, daqui 4 meses, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda está tentando encontrar um sistema de pagamentos global, rápido e barato.
Em seu último comunicado, o FMI coloca as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) ao lado de stablecoins como USD Coin (USDC), afirmando que o “dinheiro tokenizado introduz uma transformação radical” no setor financeiro.
Finalizando, comenta que isso altera a necessidade da confiança entre bancos, afinal estes deixariam de trabalhar com o sistema de crédito chamado IOU (siga em inglês para ‘eu lhe devo’), passando a usar débito.
FMI busca interconectabilidade entre diferentes moedas nacionais
Enquanto sitemas de pagamentos como o PIX ou o FedNow conseguem oferecer transações instantâneas, isso só acontece com suas próprias moedas, como real ou dólar, nestes casos. Já as CBDCs não ficarão muito longe disso, funcionando apenas nacionalmente, criando ilhas financeiras.
Com isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está pensando em uma maneira de conectar tais moedas em um único sistema. A ideia mais rápida que chegamos é de uma blockchain como o Ethereum servindo de base e moedas nacionais servindo como tokens dentro desta.
“As coisas podem mudar à medida que o dinheiro se torna tokenizado; ou seja, acessível a qualquer pessoa com a chave privada correta e transferível para qualquer pessoa com acesso à mesma rede”, escreve o FMI. “Exemplos de dinheiro tokenizado incluem as chamadas stablecoins, como USD Coin e moeda digital do banco central (CBDC).”
Portanto, o FMI também acredita que blockchains e stablecoins são ótimas. Mesmo assim, é difícil imaginar que CBDCs rodem no Ethereum, mas sim em um sistema fechado e, obviamente, centralizado.
“O dinheiro tokenizado introduz uma transformação radical que elimina a necessidade de relacionamentos confiáveis de mão dupla. Qualquer pessoa pode deter um token, mesmo sem ter um relacionamento direto com o emissor.”
Querendo reinventar a roda, o FMI promete entregar dois artigos sobre sua plataforma de integração de CBDCs em breve. Além disso, comenta que stablecoins que já estão no mercado poderiam funcionar nesta sua nova rede.
Blockchain do FMI são ameaça para as criptomoedas?
Para quem já precisou receber/enviar dinheiro de/para outro país, sabe que o Bitcoin ainda é a melhor opção na maioria dos casos. Sendo assim, tal sistema do FMI pode baratear o custo de remessas internacionais e minar este caso de uso do BTC.
De qualquer forma, o Bitcoin continua oferecendo mais que qualquer CBDC jamais conseguirá. Afinal, além de ter uma escassez controlada pela matemática, sua rede também é incensurável.
Enquanto isso, o modelo do FMI deverá vir regado de censuras, como o congelamento de endereços e saldos. Embora isso já aconteça com stablecoins em blockchains abertas, em menor grau, isso pode ser uma prévia de como será este novo sistema.
Portanto, são propostas diferentes. De um lado temos o máximo de liberdade possível com o Bitcoin, do outro, a escravização financeira pelos mesmos que desvalorizam nossas moedas com a inflação.