Foxbit perde ação contra Caixa Econômica Federal

Mais uma corretora de Bitcoin no Brasil sofre na mão dos bancos.

Mais uma corretora de Bitcoin no Brasil entrou na justiça contra uma instituição bancária e teve problemas. Isso porque, a Foxbit perdeu uma ação na Justiça Federal contra a Caixa Econômica Federal.

A Caixa Econômica (CEF) é uma das maiores instituições bancárias do país. Além disso, é considerada a principal instituição do governo, escolhida até para pagar o auxílio emergencial em 2020.

Apesar do crédito junto ao governo brasileiro, a Caixa Econômica é uma das que dificultam as operações com Bitcoin no país. Ao fechar contas de corretoras, o banco deixa seus clientes com dificuldades de adquirir as moedas digitais em plataformas especializadas.

Foxbit processa Caixa Econômica Federal para reaver sua conta bancária

A Foxbit, com sede na cidade de São Paulo, é uma das primeiras corretoras de Bitcoin do Brasil. Fundada em 2014, a corretora hoje é a 11.ª em volume de negociações no país, de acordo com o Cointrader Monitor.

Contudo, em junho de 2020 a Caixa Econômica Federal encerrou a conta da Foxbit, sem aviso prévio. A situação foi dramática para a corretora de Bitcoin, pois cerca de 90% de suas operações usavam a CEF, declarou no processo.

Na justiça, a Foxbit ingressou com ação para reaver sua conta e voltar com suas operações. Além disso, pediu condenação da CEF por danos morais. Em sua justificativa, declarou que a ação da Caixa Econômica foi ilegal.

“Alega que o encerramento foi irregular e imotivado. E não lhe foi comunicado previamente”, trecho do processo

Com o encerramento feito pela CEF, a Foxbit começou a receber pedidos no suporte de clientes. Dessa forma, ao não conseguir mais oferecer o serviço, foi pega de surpresa e teve grande prejuízo.

Justiça não entendeu que há irregularidades no processo contra Caixa Econômica e Foxbit perde ação

O processo de número 5010219-97.2020.4.03.6100 foi julgado pela 26.ª Vara Cível Federal de São Paulo. Correndo pelo TRF-3, a decisão foi publicada no Diário da Justiça dessa quarta-feira (23).

Na decisão, a justiça aponta que a Caixa Econômica Federal afirmou que havia uma razão para encerrar a conta. Tal razão seria porque a Foxbit é intermediadora de criptoativos. A Caixa também sustenta que avisou previamente a Foxbit.

“E afirma que havia irregularidade cadastral da autora, em razão de sua atividade empresarial de intermediadora no mercado de criptoativos, uma vez que tal atividade não é regulamentada no Sistema Financeiro Nacional.

Ou seja, havia razão para o encerramento da conta e houve a notificação prévia da autora. A alegação de que a motivação da CEF seria acabar coma concorrência oferecida pela autora não se sustenta”, afirma trecho do processo

Na decisão, a juíza federal Sílvia Figueiredo Marques deu ganho da causa para a CEF e ainda condenou a Foxbit a pagar as custas de honorários advocatícios, no valor de 10% da ação.

Vale destacar que, apesar das criptomoedas não serem ainda regulamentadas no Brasil, a compra e venda das moedas não são proibidas. Além disso, recentemente a corretora Walltime conseguiu reaver sua conta na Caixa Econômica Federal, ou seja, não ficou clara a decisão judicial visto que há jurisprudência favorável às corretoras.

O Livecoins procurou a Caixa Econômica para entender melhor o caso, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria. Além disso, a corretora Foxbit também foi contatada, mas também sem retorno até a publicação.

O caso de fato é mais um na luta entre corretoras e bancos, que é alvo de investigação pelo CADE. Contudo, a luta pende a favor dos bancos que encerram contas com respaldo do Banco Central do Brasil e até da justiça.

*Essa matéria foi atualizada no dia 23/09 às 16:29 para colocar nota da Foxbit

Após a matéria do Livecoins, a Foxbit retornou o contato e contou mais sobre o caso. De acordo com a Foxbit, a corretora seguirá trabalhando com outros parceiros bancários.

Em nota, a Foxbit disse que foi possível sacar o valor retido na CEF, mas nega que tenha sido avisada previamente.

“Primeiramente, cumpre esclarecer que o encerramento se deu na Foxbit Invest, uma das empresas do grupo Foxbit, responsável pelo OTC. Ademais, a Foxbit seguirá com o recurso de Apelação. Como fundadora e mantenedora da ABCripto, não mediremos esforços para levar todos os casos até a última instância, visando a proteção do mercado de criptoativos no Brasil.

A Foxbit enfrenta ações desta natureza desde 2017 e possui parcerias estratégicas para minimizar os impactos aos nosso consumidores. Vale ponderar que desde o primeiro caso, busca diálogo com as instituições financeiras e mantém as portas abertas visando quebrar este paradigma iniciado.

A Foxbit segue com parceria com diversos bancos que poderão ser encontrados em nosso site www.foxbit.com.br e www.foxbit.com.br/invest.

Continuamos trabalhando intensamente e com a missão de entregar os melhores produtos e serviços aos nossos clientes. Em breve teremos novidades”, declarou a Foxbit ao Livecoins

Por fim, a corretora deixou claro que a Caixa não avisou que iria fechar sua conta, como alegado perante a justiça e declarou que “os bancos se utilizam de subterfúgios para justificar tal encerramento, entretanto sabe-se que de pano de fundo existe conduta anticoncorrencial e imotivada de encerramento de um serviço essencial“.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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