Robô de joelhos para moeda de Bitcoin. Fonte: Midjourney.
Matt Hougan, diretor de investimentos da gestora Bitwise, acredita que as empresas “7 magníficas” comprarão Bitcoin para compor seus caixas. O grupo é atualmente composto por Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Embora a Tesla já possua cerca de 11.500 BTC (R$ 5,3 bilhões), a empresa de Musk diminuiu sua exposição em 75% em 2022. Hougan, no entanto, acredita que eles podem reconsiderar essa estratégia.
Já no campo governamental, o executivo afirma que os Estados Unidos farão sua primeira compra de Bitcoin ainda em 2025.
Hoje as “7 magníficas” estão avaliadas em US$ 13,4 trilhões, cerca de 9 vezes o valor de mercado do Bitcoin. Matt Hougan, CIO da Bitwise, acredita que essas empresas irão alocar até 10% de seus caixas em Bitcoin.
Embora isso pareça improvável, visto que acionistas da Microsoft já rejeitaram essa proposta, por exemplo, Hougan explica que a adoção do Bitcoin por grandes players sempre foi vista com ceticismo, mas que o mercado foi crescendo aos poucos.
“Antigamente eram apenas pessoas nativas do mundo cripto — a Grayscale, a Bitwise, e alguns outros… Depois havia instituições financeiras geridas como negócios familiares, como a Fidelity. Uma única pessoa podia decidir: “Vou investir em Bitcoin”, e assim aconteceu”, explicou Hougan.
“Da mesma forma, a VanEck, comandada por Yan VanEck, que ama o Bitcoin, também entrou nesse espaço. Mas, avançando para os dias atuais, temos a BlackRock, a Invesco, e as maiores instituições do mundo entrando no mercado.”
Em relação à adoção institucional, o executivo nota que a história se repetiu, com Michael Saylor tomando o primeiro passo. Mais tarde, apareceram Metaplanet, Block, Tesla e outros.
“A Tesla pode estar reconsiderando, e o PayPal provavelmente também vai analisar a situação. Isso está se expandindo.”
“Por que não imaginar que um equivalente à BlackRock compre Bitcoin? Uma empresa do grupo MAG7 colocando 5 ou 10% da sua enorme reserva de caixa no ativo?”, questionou Hougan. “Para mim, o padrão se repete; as pessoas eram céticas naquela época, olha onde estamos hoje. As pessoas ainda são céticas quanto a isso, e acho que estaremos na mesma posição em alguns anos.”
Em outro trecho da conversa, Matt Hougan também afirmou que o governo do Bitcoin deve fazer seu primeiro aporte em Bitcoin ainda em 2025.
“Se você olhar a redação da ordem executiva, ela diz que o Secretário de Comércio e o Secretário do Tesouro “DEVEM” encontrar formas de comprar mais Bitcoin com um orçamento.”
“Não é que eles podem, ou talvez façam isso. Eles realmente se importam com a escolha das palavras. Não é algo aleatório. Cada palavra é cuidadosamente pensada e debatida”, explicou Hougan. “E palavras como “devem” são muito específicas.”
Um dos motivos apresentados é a guerra financeira entre os EUA e a China. Na sua visão, o governo americano sabe que o dólar pode perder seu posto de reserva mundial e que seria melhor escolher um ativo neutro, como o Bitcoin, ao invés de fortalecer seu inimigo.
“Outra coisa que acho que as pessoas entendem errado […] é que isso seria equivalente aos EUA criarem uma reserva em yuan chinês porque estão preocupados com o dólar perder seu lugar como moeda de reserva mundial”, disse Hougan.
“Na verdade, é exatamente o oposto […] queremos que ele seja um ativo apolítico, como o Bitcoin. Este seria o outro ativo de reserva, em vez de um que pertença a um inimigo.”
Finalizando seu pensamento, o executivo aponta que hoje o valor de mercado do Bitcoin é equivalente a 10% do ouro. Ou seja, seria natural que os cofres do governo mantivessem essa proporção.
“Temos essa enorme reserva de ouro. Se você olhar para o mercado de valores reserva, atualmente é cerca de 90% ouro e 10% Bitcoin”, apontou Hougan. “Se você tem 100% de ouro e 0% de Bitcoin, está efetivamente apostando contra o Bitcoin.”
“Por que não nos colocamos, pelo menos, de forma neutra em relação ao que o mundo está dizendo sobre essa reserva, que é de 90–10?”
Por fim, o executivo explica que bancos também devem tomar a mesma atitude. A conversa completa pode ser assistida no vídeo abaixo.
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