Governo de Honduras fecha cidade bitcoin privada de Próspera

Autoridades de Honduras fecharam acesso à cidade, mas responsáveis dizem que prefeitura quer cobrar taxa abusiva para reestabelecer o local.

O Governo de Honduras fechou uma cidade bitcoin privada chamada Próspera, causando comoção da comunidade mundial que acompanhava os esforços locais.

Uma das empresas que se manifestou contra o fechamento da cidade bitcoin é a empresa Jan3, criada pelo bitcoiner Samson Mow, ex-Blockstream. Em uma nota de alerta pública, a empresa declarou que está atenta ao caso e ajudará Próspera assim que a decisão completa estiver pública.

“Agradecemos a cobertura de DiarioRoatan sobre nossos esforços para alcançar as autoridades hondurenhas. O JAN3 fornecerá mais atualizações sobre a situação do Próspera ZEDE assim que a decisão estendida completa for publicada.”

Recentemente, o próprio Samson alertou publicamente que os governos estão fechando o cerco contra o ecossistema bitcoin mundial. Isso porque, ele havia acordado com o Banco Central do Suriname de apoiar a autoridade a comprar BTC como reserva, mas tudo mudou após uma visita de representantes do Banco Mundial.

O que aconteceu para que o Governo de Honduras fechasse cidade bitcoin de Próspera?

Com impostos em dia e todas as obrigações legais cumpridas, a cidade bitcoin de Próspera ZEDE foi fechada na última segunda-feira (14). De acordo com nota da própria gestão local, o Governo de Honduras deu apoio a prefeitura de Roatán para fechar a força a cidade privada.

Além disso, há uma cobrança de US$ 480 mil para que a cidade privada seja reaberta no futuro, o equivalente a R$ 2,73 milhões.

“Em 14 de outubro, o Município de Roatán, apoiado por elementos do governo nacional, fechou à força um edifício de escritórios que funcionava legalmente sob o regime Próspera ZEDE, despejando uma empresa sediada no Texas que empregava cerca de 40 hondurenhos. Policiais armados fecharam o edifício sem aviso prévio, justificação legal ou devido processo, tendo o Município exigido uma quantia exorbitante de 480.000 dólares americanos para a sua reabertura, apesar de todas as operações terem cumprido a 100% os requisitos legais, incluindo os impostos correspondentes.”

Em nota pública de Próspera, a cidade privada de bitcoin alega que as medidas se assemelham aquelas tomadas por Nicolás Maduro na Venezuela. Além disso, diz que hoje eles estão na mira, mas que no futuro podem ser todos os empresários que investem em Honduras.

De qualquer forma, eles seguem em busca de voltar com suas operações em breve. Em um comentário público enquanto os guardas fechavam o acesso, Jorge Colindres, o secretário técnico de Próspera falou que a medida se deu de forma arbitrária, contrariando as próprias leis locais.

“Trata-se de um abuso de autoridade e dos direitos humanos.”

Vale lembrar que Próspera é uma cidade que aceita o bitcoin como moeda, inclusive como pagamento de impostos e regulou sua aceitação no estatuto local.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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