Empresas de inteligência capturaram uma movimentação de pouco mais de 15.000 bitcoins pelo governo americano nesta quarta-feira (28). A soma é equivalente a R$ 4,8 bilhões e está ligada às prisões de Heather Rhiannon Morgan e Ilya Lichtenstein, acusados de roubar a corretora BitFinex.
Em outras ocasiões de confisco, os EUA leiloaram bitcoins apreendidos de criminosos. Sendo assim, a movimentação poderia ser preocupante para o mercado.
No entanto, esses outros casos não tinham vítimas. Dentre os exemplos estão a Silk Road, um mercado usado para negociação de entorpecentes, e também a prisão de James Zhong, que hackeou a Silk Road.
Já neste caso, espera-se que os bitcoins sejam devolvidos para a BitFinex. Em 2016, a corretora perdeu cerca de 120.000 BTC durante um hack. Já em 2022, os EUA recuperaram cerca de 94.000 desses bitcoins, sendo a maior apreensão da história.
EUA, confiscos e vendas de Bitcoin
No momento desta redação, o governo dos EUA possuí 215.00 bitcoins (R$ 67,9 bilhões) em suas carteiras. Os endereços estão sendo monitorados constantemente já que as autoridades prometeram vendê-los e a quantia poderia derrubar o preço da criptomoeda.
Entre 2014 e 2023, os EUA já venderam cerca de 195.000 bitcoins confiscados. No entanto, o desenvolvedor Jameson Lopp aponta que o governo deixou de ganhar R$ 59 bilhões ao não ter guardado essas moedas.
“Total em dólares ganhos com vendas: US$ 366,5 milhões. Valor atual em dólares de todos os BTC vendidos: US$ 12,2 bilhões. Ganhos potenciais em dólares perdidos: US$ 11,8 bilhões.”
De qualquer forma, os EUA parecem estar menos apressados com essas vendas. Como exemplo, após venderem ~10.000 bitcoins no início de 2023 ligadas à Silk Road, prometeram vender outras ~40.000 moedas naquele mesmo ano, mas ainda não fizeram isso.
Embora o caso da BitFinex seja um tanto diferente, investidores devem estar atentos. Afinal, esses bitcoins voltarão para o mercado de uma forma ou outra, podendo pressionar o seu preço.
EUA podem ficar com os bitcoins confiscados?
Mesmo com um histórico de vendas, no momento os EUA ainda é o país com o maior número de bitcoins. Tratando-se de um ativo tão escasso, faria sentido se os EUA mantivessem essas moedas ao invés de trocá-las por dólar, algo eles podem imprimir mais a qualquer momento.
No entanto, a questão não é tão simples assim. Afinal, hoje essas moedas estão sob controle do Departamento de Justiça americano e precisariam passar para as mãos do Fed, o Banco Central dos EUA, que também controla os estoques de ouro do país.
Portanto, provavelmente seria necessário que algum político apresentasse um projeto de lei para que isso acontecesse. De qualquer forma, no ritmo que a adoção do Bitcoin está, parece apenas questão de tempo para que isso aconteça.