Autoproclamado ‘Homem de Deus’ e mais 26 são denunciados por pirâmide com criptomoedas

Chefe de empresa "Embaixador Bank", que se apresentava como um homem enviado por Deus, está entre os denunciados pelos crimes de fraudes financeiras contra investidores.

O Ministério Púbico de Minas Gerais (MPMG) denunciou 27 pessoas por envolvimento em uma pirâmide financeira de criptomoedas no município de Unaí, cujo líder se apresentava como um “homem de Deus”.

Na denúncia, os suspeitos são acusadas de estelionato, crime contra a economia popular, gestão fraudulenta e organização criminosa. Ao todo, o MPMG já identificou 98 vítimas das empresas Embaixador Investimentos e Embaixador Bank.

A denúncia ocorreu por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo Paracatu, que investiga o caso desde maio de 2022.

Em vídeos no Instagram, Antônio Sousa “liberava códigos” de “prosperidade financeira”. Imagem: brunocidadao.com.br
Em vídeos no Instagram, Antônio Sousa “liberava códigos” de “prosperidade financeira”. Imagem: brunocidadao.com.br

Operação Mercadores do Templo: “homem de Deus” e mais 26 pessoas são acusados de golpes em pirâmide financeira que usou imagem das criptomoedas para prometer ganhos

De acordo com o MPMG, desde maio de 2022, quando a Operação Mercadores do Templo foi deflagrada, os suspeitos estão sob análise.

Na ocasião, o Gaeco, em conjunto com a Polícia Civil deflagrou a operação para desarticular o esquema criminoso desenvolvido em uma complexa composição piramidal para captação de recursos financeiros sob a promessa de lucros exorbitantes.

Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em Unaí, Belo Horizonte, Contagem, Guanhães, Belém/PA e Brasília/DF.

Ao todo foram apreendidos um Jeep Compass, uma BMW M3 Competition, uma BMW X7, uma Mercedez Benz, duas caminhonetes S10, um Toyota Cross XRE, um Renault Kwid Zen, um Jeep Renegade, um BMW 320i e R$ 2,6 milhões em criptomoedas. Também foi bloqueado um total de R$ 2.109.374,46 da conta dos denunciados.

Na nova denúncia, é pedido também a prisão preventiva de quatro denunciados, inclusive, do líder do grupo criminoso, conhecido como embaixador, além da alienação antecipada de bens apreendidos e da liquidação das criptomoedas apreendidas.

Para pedir a prisão, segundo informações que o próprio MPMG considerou, estava a possibilidade de atrapalharem as investigações, por meio de intimidação de testemunhas e de outras pessoas ligadas ao processo.

Relembre o caso que envolvia religião e aplicações financeiras

De acordo com a investigação, os integrantes da organização criminosa utilizavam a fé como principal meio de obter investidores para os supostos serviços financeiros que ofereciam.

O chefe do grupo, inclusive, apresentava-se como “homem de Deus”, honesto e de conduta ilibada. Com sua oratória afiada e se utilizando de passagens bíblicas, jargões de cunho religioso e, até mesmo, músicas gospel, ele conseguia ludibriar as vítimas, convencendo-as a aportarem suas economias nas fraudes.

Para convencer as vítimas, as empresas do grupo criminoso ofereciam serviços financeiros de altíssima e ilusória rentabilidade, sob a promessa de juros remuneratórios de 8,33% ao mês para pessoa física e de 10% ao mês para pessoa jurídica.

Contudo, conforme se apurou durante as investigações, a forma de atuação dos denunciados se assemelha ao modo de agir de grandes organizações criminosas responsáveis por delitos altamente complexos, conhecidos como “Esquemas Ponzi” ou pirâmides financeiras.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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