O Departamento de Justiça dos EUA informou nesta quinta-feira (8) a condenação de Mohammed Azharuddin Chhipa (35) há 30 anos de prisão por financiamento ao terrorismo.
Segundo as informações, Chhipa enviou US$ 185.000 (R$ 1 milhão) em criptomoedas para membros do Estado Islâmico (ISIS, na sigla inglesa).
Sua contraparte era uma mulher do grupo terrorista que reside na Síria. O dinheiro seria usado para financiar fugas de prisões, ataques terroristas e combatentes do ISIS, disse o DoJ.
EUA condenam homem há 30 anos por financiamento ao terrorismo
O processo aponta que Mohammed Azharuddin Chhipa, residente de Springfield, na Virgínia, arrecadou e enviou dinheiro para o Estado Islâmico por três anos, entre outubro de 2019 e outubro de 2022.
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No total, Chhipa enviou US$ 185.000 em criptomoedas para uma mulher do grupo, localizada na Síria. Em conversão direta, a soma ultrapassa o valor de R$ 1 milhão.
Como consequência, o acusado foi condenado a 364 meses de prisão (30 anos).
“Este réu financiou diretamente o ISIS em seus esforços para cometer atrocidades terroristas vis contra cidadãos inocentes nos Estados Unidos e no exterior”, disse a Procuradora-Geral Pamela Bondi. “Essa sentença severa mostra que, se você financiar o terrorismo, nós o processaremos e colocaremos atrás das grades por décadas.”
Já o procurador Erik S. Siebert apontou que aqueles que financiam o terrorismo tem a mesma responsabilidade daqueles que realizam os ataques.
“Mohammed Chhipa, consciente e persistentemente, arrecadou e forneceu uma quantia considerável de dinheiro para financiar a violência de uma organização determinada a impor sua ideologia extremista aos outros. O fato de ele ter feito isso a partir de uma nação que considera a liberdade individual sagrada é inconcebível.”
Um dos documentos do processo evidencia que Chhipa usou uma corretora de criptomoedas para comprar e enviar essas criptomoedas, o que facilitou as ações das autoridades.
Caso comprova como governo pode ser flexível com setor, mas punir criminosos
Embora os EUA estejam mais flexíveis com o setor de criptomoedas desde a entrada de Donald Trump na presidência, o caso envolvendo financiamento ao terrorismo mostra como o governo pode separar os extremos desse mercado.
Isso porque estudos mostram que criminosos preferem usar dinheiro ao invés de criptomoedas. Ou seja, a maioria dos usos são por questões legítimas e reguladores não devem punir a todos, mas sim somente aqueles com más intenções, independente dos meios escolhidos.
No Brasil, a Advocacia-Geral da União (AGU) está investigando o uso de criptomoedas por líderes do esquema de fraude do INSS.