A desesperada história do argentino que juntou R$ 1 milhão em Bitcoin e agora não consegue sacar da corretora

Exchange não é carteira lembrete: 10.000.

Em meio a uma recessão, com uma inflação galopante e um uma desvalorização tremenda da moeda fiduciária, a Argentina é um ambiente onde a negociação de Bitcoin se mostrou muito importante. Detentores do ativo digital estão protegendo suas fortunas de forma eficiente. Mas para alguns que apostaram na moeda a situação pode ser desesperadora. 

Em um recente história o site de notícias InfoBae contou a saga do investidor Pablo Filomeno, que vem comprando Bitcoin desde 2016 e agora tem a sua fortuna presa em um golpe aplicado por uma corretora.

Investidor teve 3,1 bitcoins roubados por corretora argentina

Tudo começou por volta de 2016, quando Pablo Filomeno começou a comprar suas primeiras frações de Biticoin em uma plataforma chamada Bitinka, uma das primeiras empresas a permitir operações com Bitcoin na Argentina.

Quando o Bitcoin estava sendo cotado a US $ 700, Pablo foi incentivado a comprar pequenas frações e não teve nenhum problema.

“Era uma empresa sediada no Peru e que na época também tinha escritórios comerciais na cidade de Buenos Aires e que permitia comprar e vender por meio de transferências bancárias”

Ele começou a comprar Bitcoins com a sua carteira pessoal antes de convencer o seu pai usar o lucro gerado pelo empresa da família para também investir na moeda através de uma conta empresarial.

Durante junho de 2017 e setembro de 2018 Pablo fez diferentes depósitos que chegaram 482 mil pesos argentinos.

“Quando o Bitcoin estava em US$ 7.000, comprei um pouco mais de 2 Bitcoins, então com os lucros de algumas transações comerciais consegui chegar a 3,15 Bicoins.”

Saldo de Pablo em sua carteira na Batinka. Fonte: InfoBae

Por volta de 2019 quando a plataforma da Ripio chegou na Argentina, ele quis transferir todo o seu dinheiro da Bitinka para ela.

Mas foi então que os problemas começaram. Ele não conseguia transferir seus bitcoins, não conseguia também vender as moedas e retirar o dinheiro. 

A empresa então afirmou que estava com saques bloqueados por causa de uma auditoria que estava sendo realizada na plataforma, mas que em até 90 dias uteis estaria tudo resolvido.

“Eu esperei, esperei e esperei e ainda não consegui o dinheiro. Disseram que depois de ​​90 dias úteis estaria resolvido mas os prazos acabaram e tudo continuou o mesmo. Mas o que mais me chamou a atenção é que o suporte técnico deixou de me responder, quando antes respondiam rapidamente.”

Ao buscar mais informações nas redes sociais, Pablo começou a notar um problema, mais de 400 pessoas já tinham reclamado que não tinham como retirar o dinheiro que elas tinham na plataforma.

De acordo com Pablo, que criou um grupo no Facebook chamado de “Bitinka Golpe” para reunir as vítimas da plataforma, existem pelo menos 66 pessoas querendo mover um processo contra o CEO da Bitinka para que sejam liberados US $ 1,5 milhão bloqueados na empresa.

Empresa afirmou ter sido vítima de hackers

Enquanto o caso estava entre os clientes a empresa não se pronunciava sobre o atraso. No entanto quando a notícia começou a circular entre sites e programas ela divulgou uma nota firmando que hackers exploraram falhas na API para criar ordens de compra e venda com valores suspeitos.

Sendo assim era necessário fazer um processo de auditoria melhor para que os bitcoins fossem devolvidos a seus verdadeiros donos. Mas depois do prazo dessa nova auditoria ter acabado, nada do dinheiro ser devolvido aos clientes e Pablo voltou a estaca zero.

Com a recente alta do Bitcoin, o valor de Pablo retido na corretora é de cerca de US$ 180 mil (R$ 940 mil ou 16.890.714 pesos argentinos.), um dinheiro que com certeza está fazendo falta no meio da terrível crise financeira do país.

“Já faz quase dois anos que não consigo retirar meus ativos. Vivo angustiado e em estado de constante desamparo devido a este problema. Espero que esta questão tenha relevância mundial e que de uma vez por todas os golpistas de criptoativos sejam condenados com todo o peso da lei porque me enganaram ”, concluiu Pablo.

Atualmente a Bitinka continua bloqueando os valores de seus clientes, mas ela chegou até mesmo a mudar a sede da empresa do Peru para a Espanha, possivelmente querendo começar a atuar em novos mercados.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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