O caso do “Pastor do Bitcoin” em Cabo Frio ganhou um novo episódio inusitado, após a igreja em que ele pregava ser saqueada por fiéis que investiram em sua possível pirâmide financeira que usava a imagem do Bitcoin.
Considerado pelos clientes como foragido, Jonas Gomes da Silva, que ficou conhecido como o “Pastor do Bitcoin” por realmente ser pregador em uma igreja, era também fundador da Eagle Eyes, que prometia rendimentos de 15% ao mês para investidores.
Na última sexta-feira (24), ele teria parado de responder os clientes após enviar um comunicado sobre o fim do negócio. Contudo, quando anunciou que não iria mais trabalhar com a empresa, ele teria dito que haveria a devolução dos valores dos clientes.
Ao sumir, os clientes da Eagle Eyes começaram a se revoltar com a falta de compromisso da empresa e atearam fogo no antigo restaurante do Pastor Jonas em Cabo Frio, chamado “Paladar”. O corpo de bombeiros do Rio de Janeiro confirmou ao Livecoins que não houve vítimas nessa ocorrência.
No entanto, os clientes continuaram revoltados e voltaram a procurar fazer justiça com as próprias mãos. Na última quarta-feira (29), algumas pessoas foram até a Igreja Renascer, no bairro Jardim Esperança em Cabo Frio, para saquear itens que pertenciam ao “Pastor do Bitcoin”.
Um vídeo divulgado pelo portal Rlagos no momento da ação mostra pessoas saindo do estabelecimento com vários produtos nas mãos. O homem que gravou as imagens narra que a ação contou com apoio de um caminhão, que parou na porta e levou tudo do local.
Outra informação que é possível ver no vídeo é que a igreja tinha um banner de “Aniversário de 4 anos”, ou seja, a presença do “Pastor do Bitcoin” naquela comunidade já possivelmente durava alguns anos.
A Eagle Eyes teve seu CNPJ registrado em maio de 2021, mas com os recentes problemas com outras empresas usando a imagem do Bitcoin e sendo alvos de investigações, o negócio não durou muito tempo.
Entre os cerca de 5 mil clientes que podem ser vítimas do golpe, está a sensação de impunidade, visto que eles tinham contrato com a empresa, que era até registrado em cartório com assinatura de Jonas.