Indústria de criptomoedas deve caçar três bruxas para evitar riscos, diz banqueiro

A primeira bruxa seria a indústria de empréstimos. Afinal, como vimos nos últimos meses, o contágio dessas empresas é grande tanto em valores quanto em pessoas e outras companhias afetadas.

Em andamento nesta semana, a Paris Blockchain Week está reunindo diversos nomes da indústria de criptomoedas em seu palco. Participando do evento nesta quinta-feira (23), o banqueiro francês Ivan de Lastours de Bernarde alertou que o Bitcoin precisa caçar três bruxas para mitigar riscos.

Especialista em criptomoedas, área em que atua há 5 anos, Lastours foi responsável pela estratégia de investimentos do Bpifrance, banco francês com €27,5 bilhões (R$ 158 bi) em ativos sob gerência.

Desde então, o banco já financiou mais de 150 startups do setor de criptomoedas, além de outros investimentos, mostrando o potencial da indústria. No entanto, Lastours está preocupado com alguns pontos.

As três bruxas do Bitcoin, segundo o banqueiro francês

A primeira bruxa seria a indústria de empréstimos. Afinal, como vimos nos últimos meses, o contágio dessas empresas é grande tanto em valores quanto em pessoas e outras companhias afetadas.

“Há três bruxas. A primeira bruxa é a indústria de empréstimos. Porque nós todos temos perguntas, a Genesis é uma grande pergunta.”

Outra bruxa seria a stablecoin Tether (USDT). Mais importante que seus US$ 78 bilhões (R$ 411 bi) em valor de mercado, a stablecoin possui um volume de negociações maior que o próprio Bitcoin em corretoras. Ou seja, sua queda derrubaria todo mercado consigo.

“A segunda bruxa, e eu tenho que dizer isso… Tenho USDT, mas é o USDT. Porque, se os reguladores quiserem derrubar e sufocar a USDT, eles tentarão, só para dizer ‘eu avisei que as criptomoedas eram más’.”

A terceira, e última, seria a dependência bancária das corretoras de criptomoedas. Apesar disso ainda não ser um problema tão grande no Brasil, o fechamento dos três bancos americanos com maior envolvimento com criptomoedas e a grande limitação de depósitos por bancos britânicos são exemplos deste perigo.

“A terceira bruxa é exatamente a relação entre bancos e corretoras. É a rampa de acesso e às criptomoedas e [também] de saída.”

“Se a indústria de criptomoedas não perseguir bruxas, nós sempre estaremos em risco de alguma maneira”, finalizou. “Prefiro resolver estes casos, talvez dolorosamente, para poder realmente começar uma jornada própria para modernizar a infraestrutura do mercado, a infraestruturas das criptomoedas e o uso delas, em vez de ter medo do que os reguladores farão.”

Ou seja, enquanto o mercado de criptomoedas tiver essas preocupações, ele conseguirá alcançar sua potência total. Mesmo assim, é difícil imaginar soluções para os três problemas acima.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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