Inflação do Bitcoin está em −53,6%, diz Banco Central dos EUA

Oferta do Bitcoin é controlada pela matemática, tendo um limite de 21 milhões de unidades, já seu preço é determinado pelo livre-mercado.

Um estudo feito pelo Banco Central dos EUA comparou a inflação do dólar contra o Bitcoin. Embora o Bitcoin tenha passado por dois picos de inflação, de 325% ao ano em dezembro de 2018, e 269% em novembro de 2022, os dados mostram que a criptomoeda tende a apresentar um aumento em seu poder de compra na maioria do tempo.

Como exemplo, enquanto a inflação do dólar está girando entre 2,4% e 3,5% nos últimos doze meses, o Bitcoin aparece com uma deflação (inflação negativa) entre 31,8% a 61,6% no mesmo período.

Inflação do Bitcoin (em vermelho) e inflação do dólar (em azul). Fonte: FRED.
Inflação do Bitcoin (em vermelho) e inflação do dólar (em azul). Fonte: FRED.

Segundo o autor do artigo do Fed, essa deflação do Bitcoin é ruim.

“Isso é problemático para uma moeda usada em transações: com deflação, os consumidores esperam que os preços dos bens diminuam e, assim, adiam suas compras, o que pode levar a um colapso econômico”, escreveu Christian Zimmermann, Vice-Presidente Assistente no Federal Reserve Bank de St. Louis.

Continuando, Zimmermann aponta que o próprio dólar já teve episódios de deflação, onde seu poder de compra aumentou, mas isso faz muito tempo.

“Deflações notáveis do dólar não acontecem há muito tempo. Por quê? Todas as deflações significativas ocorreram durante um período em que a oferta de dólares americanos estava vinculada à quantidade de ouro: em outras palavras, quando a economia dos EUA estava no padrão-ouro.”

Embora o padrão-ouro tenha sido abandonado apenas em 1971, os maiores picos de deflação do dólar aconteceram há cerca de 100 anos, entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Desde então, o dólar só vem perdendo poder de compra, mesmo registrando períodos de recessão no meio do caminho.

Poder de compra do dólar (em azul) e preço do Bitcoin (em vermelho). Períodos de recessão estão marcadas em cinza. Fonte: FRED.
Poder de compra do dólar (em azul) e preço do Bitcoin (em vermelho). Períodos de recessão estão marcadas em cinza. Fonte: FRED.

Em outras palavras, o próprio Banco Central dos EUA afirma que sua meta é desvalorizar seu dinheiro para que as pessoas não economizem e continuem gastando. Já o Bitcoin causa um efeito contrário.

Estudo feito para zombar do Bitcoin mostra poder da criptomoeda

No mesmo ano, em 2022, o Banco Central dos EUA publicou outro estudo sobre o Bitcoin em comparação ao dólar. Na data, uma dúzia de ovos estava custando US$ 2,7 ou 11.116 satoshis (0,00011116 BTC).

Hoje, pouco mais de dois anos depois, esses mesmos ovos estão custando US$ 3,37 na moeda local ou 5.116 satoshis (0,00005116 BTC). Ou seja, o preço dos ovos aumentou 24% em dólar, mas ficou 54% mais barato quando cotado em Bitcoin.

Preço da dúzia de ovos em satoshi (0,00000001 Bitcoin). Fonte: FRED.
Preço da dúzia de ovos em satoshi (0,00000001 Bitcoin). Fonte: FRED.

Dando um ‘zoom out’, essa diferença é ainda mais perceptível. Em 2015, data mais antigas dos dados, uma dúzia de ovos custava 925.406 satoshis (0,00925406 BTC).

Preço de dúzia de ovos em Bitcoin. Fonte: FRED.
Preço de dúzia de ovos em Bitcoin. Fonte: FRED.

Por fim, esses dados explicam porque cada vez mais empresas estão adotando o Bitcoin como o principal ativo de seus caixas. Nesta terça-feira (12), por exemplo, foi a vez do Genius Group, uma empresa focada em educação, adotar o Bitcoin.

O anúncio aponta que a empresa manterá 90% de suas reservas em Bitcoin, além de aceitar a criptomoeda como método de pagamento por seus serviços.

Listadas na Nasdaq, as ações do Genius Group operam em alta de 49% desde o anúncio dessa estratégia. Thomas Power, diretor da empresa, citou a MicroStrategy como uma inspiração.

A expectativa é que cada vez mais empresas, e até mesmo países, migrem suas reservas para uma moeda forte.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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