Os investimentos em Bitcoin no Brasil explodiram nos últimos meses, acompanhando a alta no preço da moeda digital no mundo. Para um diretor do Banco Central do Brasil, o movimento é importante e merece ser discutido.
Vale notar que o Brasil vive um momento de alta no debate de regulamentação, que indica até o momento uma grande participação do Bacen neste movimento. Em uma fala do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, o Bitcoin cresceu no país como meio de investimento.
Apesar dessas declarações do mandatário, a pressão segue crescendo, com um deputado tendo declarado nos últimos dias que o Bitcoin será utilizado como moeda no Brasil, até para compras no McDonald’s.
Diretor do BC vê que investimentos em Bitcoin são importantes no Brasil
De acordo com a Reuters, o diretor de Política Monetária Bruno Serra, do Banco Central do Brasil, participou de um evento do banco BTG Pactual na última quinta-feira (7), onde comentou sobre alguns assuntos.
Em dado momento, ele disse que o Bacen já vê que os investimentos em Bitcoin no Brasil são importantes, devendo estes ser discutidos mais amplamente pela autarquia. Esse movimento dos investidores está chamando a atenção da autarquia, que promete novidades para os próximos meses.
Um dos pontos de atenção da autarquia neste setor é justamente o fluxo de investimentos, considerado “relevante”. Assim, o diretor declarou que é algo na mira do banco central hoje.
Uma comparação do mercado de criptomoedas é com relação ao de investimentos em ações por brasileiros. Enquanto o fluxo de aportes em moedas digitais alcançou 12 bilhões de dólares, crescendo em torno de 600 a 800 milhões ao mês, os investimentos em ações dos Estados Unidos foi de US$ 16 bilhões.
No entendimento do Bacen, como o investimento em ações estrangeiras é feito em uma classe de ativos superconsolidada, o volume de operações em criptomoedas já desperta atenção. Além disso, os aportes em moedas digitais ainda salta em algumas ocasiões, sendo que pode ser maior em alguns períodos.
Dólar caro leva as pessoas para criptomoedas, disse diretor, que não comentou sobre a inflação
Em explicação ao fenômeno de alta das criptomoedas no Brasil, Bruno Serra teria declarado que vê o Dólar caro como um dos fatores que impulsiona esse movimento.
Cotado a R$ 5,52 nesta sexta-feira (8), o Dólar valorizou frente ao Real quase 7% apenas no consolidado de 2021. Soma-se a isso o fato da inflação brasileira nos últimos 12 meses ser de 10,25%, como divulgado pelo IBGE nesta sexta.
O economista austríaco Fernando Ulrich ainda comentou em seu Twitter que com o IPCA de setembro, o Real já perdeu 85,58% de seu poder de compra desde sua criação.
O real brasileiro bate mais um recorde atingindo seu menor poder de compra desde o início da moeda.
Depois do IPCA de setembro, o real perdeu 85,58% do seu poder de compra. Nossa moeda hoje compra apenas R$14,42 comparado a R$100 de 1994. https://t.co/2BGNeZc4kG pic.twitter.com/OItCdaWeEx
— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) October 8, 2021
Fica claro que a moeda brasileira não atravessa um bom momento de sua história, levando os brasileiros a buscaram refúgio no Bitcoin, única moeda que rendeu mais que a inflação em 2021 até aqui, funcionando como uma reserva de valor no país.