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Jamie Dimon prevê grande crise, mas recomenda estoque de munição, tanques e mísseis em vez de Bitcoin

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Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, acredita que a dívida pública americana é um grande problema e o mercado de títulos está à beira de um colapso. Em entrevista com a Fox Business, o executivo também falou sobre Bitcoin e criptomoedas.

Com 19 anos à frente do maior banco dos EUA, Dimon foi até mesmo cotado para ocupar o cargo de secretário do Tesouro no atual governo Trump. No entanto, o presidente nomeou Scott Bessent, grande defensor do Bitcoin, para o posto.

Embora continue um crítico do Bitcoin, Dimon disse que seu banco está trabalhando com soluções de criptomoedas, principalmente para liquidações.

CEO do JPMorgan faz alerta sobre crise de títulos americanos

Hoje não há quem não olhe para os EUA e se mostre preocupado com sua dívida pública. Além de investidores de Bitcoin, até mesmo Jerome Powell, presidente do Fed, já veio a público dizer que ela é insustentável.

Em conversa com a Fox Business, publicada nesta segunda-feira (2), Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, foi mais um nome de peso que apontou para esse caso.

“[A dívida pública dos EUA] é um grande problema. Um dia o mercado de títulos vai ter dificuldades. Não sei se será em seis meses ou seis anos, mas precisamos prestar atenção.”

Notando que US$ 30 trilhões em títulos são negociados diariamente e que estrangeiros possuem US$ 35 trilhões em ativos americanos, bem como outros US$ 30 trilhões em investimentos privados, Dimon se mostrou preocupado com a possível saída desse capital.

“Essas taxas não são definidas pelos bancos centrais. Eles podem influenciar, ajustar, tentar deixar mais confortável, e devem fazer isso”, continuou Dimon. “Mas se as pessoas decidirem que o dólar americano não é mais o lugar ideal, você verá os spreads aumentarem, os spreads de crédito se abrirem, e isso será um problema. Vimos isso durante a COVID, e o Fed interveio rapidamente. Também aconteceu em 2019, 2020. Vai acontecer de novo. Posso quase garantir isso. Só não sei exatamente quando ou o que será o gatilho.”

O executivo explica que isso não afetará os negócios do seu banco. Pelo contrário, destaca que eles são bons nisso e ganharão dinheiro.

No entanto, se mostrou preocupado com pequenas empresas, empréstimos alavancados e financiamentos imobiliários.

Em outro trecho, Dimon menciona alguns concorrentes que estão indo melhor que o JPMorgan. Isso inclui Stripe, PayPal e Revolut, três nomes que já trabalham com Bitcoin há anos.

EUA deveriam estocar munição, tanques e mísseis, não Bitcoin, diz Dimon

Embora o Bitcoin seja uma proteção contra essas crises, principalmente pelo seu histórico nesses momentos de pânico, Jamie Dimon continua cético em relação à criptomoeda.

Somado a isso, o CEO do JPMorgan não acredita que os EUA deveriam criar uma reserva estratégica de Bitcoin. Na sua visão, o país deveria focar seus investimentos em armas e outros equipamentos militares.

“Você disse algo que me chamou atenção antes: que deveríamos estar estocando… o quê?”, questionou a entrevistadora da Fox.

“Não bitcoins, mas sim balas, tanques, mísseis.”

“Porque segurança nacional é algo crítico. O mais importante no comércio é proteger nossa segurança nacional”, explicou Dimon, dando ênfase para o crescimento no uso de drones em guerras, tendência que os EUA não acompanharam por falta de flexibilização.

Seu ponto de vista é que segurança nacional está diretamente ligada à segurança econômica.

Bitcoin não, criptomoedas sim, diz CEO do JPMorgan

Mesmo sendo um crítico do Bitcoin, Jamie Dimon está muito interessado no setor de criptomoedas. Quando questionado sobre a regulação das stablecoins, o executivo falou sobre a JPM Coin, uma criptomoeda criada por seu banco ainda em 2019.

“Temos a JPMorgan Coin. Acredito que, se você quer dizer stablecoin como forma de mover dados, pagamentos em tempo real, unindo dados e pagamentos, isso é real. Estaremos na vanguarda disso. O JPM Coin hoje consegue mover dinheiro e dados, mas é um depósito do JPMorgan, então é usado internamente. Em algum momento, vamos externalizá-lo. Minha visão é que devemos estar nisso.”

Em maio, o The Wall Street Journal revelou que grandes bancos americanos, incluindo JPMorgan, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo, estão se unindo para lançar uma stablecoin atrelada ao dólar americano.

Questionado sobre a necessidade de moedas digitais, o executivo apontou que essa pode ser uma maneira muito eficaz de transferir dinheiro.

Alguns nomes como David Marcus, ex-PayPal e Meta, e Jack Dorsey, criador do Twitter, acreditam que o Bitcoin terá esse papel. No entanto, Dimon aponta que não há esperança do BTC se tornar uma moeda.

Sua entrevista completa sobre crise nos títulos do Tesouro americano, Bitcoin e criptomoedas pode ser assistida na íntegra abaixo, no vídeo da Fox Business.

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Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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Henrique HK