Atual economista do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo expôs uma visão preocupante sobre os jovens do Brasil, que ao preferir criptomoedas e bets de apostas esportivas, evitam colocar dinheiro na poupança. Parte do mercado acredita que Galípolo deva substituir Roberto Campos Neto na presidência do BCB no final de 2024, quando o presidente Lula fará a indicação ao cargo da autarquia.
De fato, a poupança é um instrumento vinculado aos bancos brasileiros, que remunera os depósitos na data de aniversário da abertura de contas, e passados 30 dias do depósito realizado. Como uma espécie de renda fixa, a poupança perde atratividade em relação a outros investimentos, principalmente com a inflação pressionando os poupadores, muitos tendo prejuízo ao se considerar a anomalia do mercado.
O Banco Central do Brasil elevou as taxas de juros nos últimos anos em busca de controlar a inflação. Mas como o remédio ainda não fez efeito, os jovens já se atentaram a outras formas mais atrativas de buscar rentabilidades acima do mercado.
No entanto, muitas promessas de ganhos rápidos e fáceis levam investidores a perderem dinheiro em golpes, o que também preocupa autoridades do país. As bets, por exemplo, já estão em fase de regulação, enquanto as criptomoedas ganharam a Lei 14.478 em 2022.
Galípolo se mostra preocupado com crescimento de bets e criptomoedas em detrimento de poupança entre jovens do Brasil
Nos últimos dias, o economista do Banco Central do Brasil participou do evento Rio Innovation. Em sua palestra, ele chegou a comentar que a demanda envolvendo criptomoedas está muito ligada ao fato de o Dólar estar se valorizando frente ao Real.
Ou seja, os brasileiros buscam comprar stablecoins para se expor à moeda norte-americana e tal demanda corresponde a 90% do volume de criptomoedas no Brasil, declarou Galípolo.
Já em relação ao tema das bets, ele disse que o assunto tem prejudicado o varejo brasileiro, além de chamar a atenção do banco central. O tema voltou ao radar de Galípolo na última quinta-feira (22), de acordo com informações do UOL Economia.
Drex é uma revolução, disse economista do Bacen
Ainda na última quinta-feira (22), Galípolo conduziu uma palestra no evento acadêmico de Estudos de Política em Pauta, promovido pela FGV, em São Paulo.
Em sua fala, ele destacou que o banco central estuda uma nova revolução no crédito colateralizado que poderá ser permitida com o Drex, a nova moeda digital do Brasil.
“Eu acho que falta ainda uma revolução a ser realizada no crédito que não o rotativo, [mas] no crédito colateralizado né. Eu acho que ali do ponto de vista da experiência do cliente da transformação que pode ocorrer ali eu acho que tem tem tem uma revolução a ser feita ainda acho que nesses nesses diversos pilares aí do mercado financeiro acho que esse é um que que caberia a gente avançar. E a ideia do DREX ela se associa bastante com isso porque a a ideia de tokenização de ativos permite você pensar numa infraestrutura pública digital que de alguma maneira você possa ter a custódia do ativo a custódia do dinheiro e a regra de transferência da propriedade do ativo e isso poderia conferir uma maior facilidade para que você pudesse permitir que as pessoas utilizem os ativos que elas têm para alavancar recursos ao invés de ter que cair no rotativo e tendo ativos que poderiam ser oferecidos em garantia.”