Juíza do CNJ comenta por que o bitcoin não pode ser bloqueado pela justiça

Magistrada explicou sobre inovação no Sisbajud, sistema que permite bloqueio de dinheiro em bancos.

Uma juíza do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) explicou por que as criptomoedas como Bitcoin e Ethereum não podem ser bloqueados pela justiça atualmente com o sistema Sisbajud.

O Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud) ganhou recentemente uma nova funcionalidade. Assim, as ordens judiciais agora podem ser emitidas pelo sistema, preservando o sigilo decretado pelo juiz, confiando ao bloqueio de valores em operações e processos criminais um maior nível de segurança, segundo informações divulgadas pelo CNJ.

Só nos últimos dois anos, o sistema possibilitou a transferência de R$ 44 bilhões em depósitos judiciais, que eram destinados ao pagamento de credores em processos de dívidas reconhecidas pela justiça.

De acordo com a juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Dayse Starling Motta, a nova funcionalidade é importante para o sigilo dos processos.

“Anteriormente, todos no tribunal podiam visualizar no sistema as ordens realizadas, que hoje podem ser marcadas como sigilosas pelo juiz, e visualizadas por este ou pelo servidor indicado pelo magistrado. A funcionalidade do sigilo é muito útil para processos criminais, que envolvem grandes investigações englobando casos de corrupção e lavagem de dinheiro.”

Juíza do CNJ explica por que o bitcoin não pode ser bloqueado pelo Sisbajud

O Sisbajud começou a ser desenvolvido em 2019, quando foi firmado Acordo de Cooperação Técnica entre o CNJ, o Banco Central do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

O sistema removeu o Bacenjud do judiciário e aprimorou a forma que a justiça cobra dados de instituições financeiras.

No entanto, mesmo após três anos de existência, o sistema ainda não consegue bloquear criptomoedas no Brasil.

Assim, a juíza do CNJ explicou que, como o bitcoin não é regulado pelo Bacen, ele não pode ainda ser bloqueado pelo Sisbajud. Outras criptomoedas como o Ethereum seguem a mesma lógica.

As ordens de bloqueio também não acontecem para algumas fintechs, aquelas com menos de 500 milhões de reais em transações de pagamento, ou de R$ 50 milhões mantidos em contas de pagamento pré-paga, explicou a juíza Dayse Starling.

“As exceções são as Fintechs com menos de R$ 500 milhões em transações de pagamento ou de R$ 50 milhões mantidos em conta de pagamento pré-paga e operadoras de criptomoedas, que não são reguladas pelo BC. Por isso, não conseguimos bloquear criptomoedas como Bitcoin e Ethereum.”

Criptomoedas em corretoras estão a salvo?

Apesar do Sisbajud não alcançar as criptomoedas para bloqueios automáticos em corretoras, isso não significa que as moedas custodiadas em plataformas estão a salvo de ordens judiciais.

Isso porque, ciente da lacuna no atual sistema de bloqueios do sistema judiciário, vários juízes já emitem a ordem de congelamento de criptomoedas via ofício para corretoras, que ao receberem o documento, bloqueiam a conta de seus clientes.

No futuro, com a aprovação do projeto de lei 4.401/2021, por exemplo, que coloca o Banco Central do Brasil com a responsabilidade de fiscalizar as corretoras de criptomoedas, é possível que o Sisbajud alcance essas de forma automática.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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