Justiça ordena bloqueio de bens de Cafu por envolvimento com suposta pirâmide financeira

Cafu promovia empresa que prometia rendimentos de até 2,5% ao dia

A ArbCrypto era uma plataforma de investimento em bitcoin que prometia lucros milagrosos por meio da arbitragem de criptomoedas. Agora, após meses com pagamentos atrasados e em meio à muitas investigações, a Justiça ordenou o bloqueio de imóveis e dinheiro dos sócios da ArbCrypto.

A decisão foi tomada a partir da Ação Civil Coletiva nº 5124678.22.2020, pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

O Juiz Aureliano Albuquerque Amorim pediu bloqueio do site da empresa, ArbCrypto, e bloqueio de imóveis mais uma quantia de R$3 milhões dos sócios Alexandre Cesario Kwok e Eneas Tomaz, responsáveis pelo esquema acusado de pirâmide.

Outro nome que foi citado no bloqueio é de Marcos Evangelista de Morais, conhecido como Cafu, Ex-capitão da seleção brasileira de futebol e pentacampeão mundial, que também teve os bens bloqueados pela justiça.

O ex-jogador era o embaixador oficial da ArbCrypto enquanto a empresa ainda atuava extensivamente no território brasileiro para captar clientes.

Amorim também determinou que todas as atividades da empresa sejam encerradas imediatamente, tanto as atividades físicas quanto as atividades digitais.

Tentando evitar mais prejuízos para os clientes

Na decisão publicada, o juiz afirma que, em uma primeira análise, a empresa claramente se assemelha a um esquema de pirâmide financeira, comparando-o com outros nomes famosos desse meio, como a Avestruz Master.

“Em uma primeira análise, ainda sem a possibilidade de contraditório, a questão parece mesmo assemelhar-se ao sistema de fraude denominado “Pirâmide”, onde se oferta vantagens absurdas para a aplicação de valores (…)

(…)Trata-se de uma situação já vista em diversas outras circunstâncias, notadamente o caso ‘Avestruz Master’ que conseguiu manter o sistema em funcionamento por alguns anos.”

A decisão de bloqueio de bens, segundo o juiz, é uma forma de evitar futuros prejuízos, já que os valores investidos dificilmente serão recuperados, dado que esse dinheiro provavelmente já foi enviado para várias outras “paragens”.

“Estando o problema já existente por alguns meses, normalmente os valores investidos já foram destinados a outras paragens, tornando difícil a sua recuperação, ainda mais pelos sistemas de baixa capacidade como o do Poder Judiciário no bloqueio de bens.”

Apesar da dificuldade relatada, a decisão do juiz serve como uma fonte de esperança para os investidores que acionaram na justiça a empresa para tentar recuperar pelo menos parte do dinheiro que eles investiram.

ArbCrypto e o esquema de pirâmide

Dívida da empresa pode passar dos R$ 75 milhões, diz polícia

A ArbCrypto conquistou muitos investidores durante o período em que atuou livremente no Brasil. A ideia era oferecer lucros através da arbitragem de criptomoedas. Esse é um sistema muito similar ao utilizado pela Atlas Quantum, que recentemente também teve problemas para pagar seus investidores.

Como outras pirâmides, como a Unick Forex, a ArbCrypto adotava um sistema de Marketing Multinível em seu modelo de negócios.

Quando os problemas com pagamentos começaram por volta do final do ano passado, clientes do Brasil inteiro começaram a procurar a justiça para tentar solucionar o problema. Em Barueri um inquérito foi aberto pela polícia civil para investir a ArbCrypto e os seus sócios.

Estima-se que cerca de 20 mil clientes tenham sido prejudicados pelo esquema. A solução para o caso ainda parece um pouco distante, mas está mostrando passos para o caminho certo.

A decisão também convoca que os réus apresentem a sua defesa imediatamente.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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