Lula em evento ao apresentar Plano do Brasil para Inteligência Artificial. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Ao vivo em Brasília nesta terça-feira (30), o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva prometeu regular o mercado de inteligência artificial no país, a começar já na próxima semana um amplo debate com os seus ministros de estado.
De acordo com ele, a pesquisa brasileira é uma das mais avançadas no mundo e a regulação do setor de IA deve ajudar avançar ainda mais, consolidando o país entre as potências globais.
Em uma menção direta à imprensa, Lula ainda destacou que seu discurso não deve ser menosprezado, visto que ele quer regular o mercado de forma a evitar um futuro desemprego em massa.
Contrariando estatísticas que indicam que a inteligência artificial pode causar desempregos em massa, Lula indicou que não deseja uma tecnologia que cause danos sociais ao Brasil.
“Eu fico muito assustado meus companheiros e companheiras cientistas, quando eu vejo matéria no jornal dizendo que a Inteligência Artificial pode causar 16 milhões de desempregados. Se é para isso eu não quero. Que coisa que é essa que é tão importante e que vai causar problema para a sociedade. A nossa inteligência artificial tem que ser inteligente. E a gente quer fazer dela uma fonte com que a gente gere emprego nesse país, que a gente forme milhões de jovens preparados.”
Lula lembrou que o governo autorizou a criação de novos institutos de ensino superiores federais, mas deseja que as novas grades curriculares não apresentem o “mesmo ensino de sempre”.
Ou seja, o presidente indicou que a nova regulamentação da Inteligência Artificial pode levar consequências ao ensino, talvez até uma reforma das grades curriculares atuais.
Lula participou na manhã desta terça da abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, evento coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A ministra Luciana Santos do MCTI também estava presente na solenidade.
O evento ocorre um dia depois que o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) aprovou a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), oficializado no evento. “O presidente pediu este plano em março deste ano e pediu que a gente apresentasse na Conferência”, explicou a ministra Luciana Santos que presidiu a reunião na última segunda-feira (29).
“Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”.
“Esse esforço coletivo busca responder o desafio do presidente Lula [de elaboração do Plano] em diversas áreas informações sobre a inteligência artificial”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O ministro também destacou que atualmente a divisão social do trabalho internacional se dá a partir da propensão do desenvolvimento tecnológico. “Um país que queira estar entre os primeiros lugares e garantir o bem-estar para o seu povo não pode abrir mão disso”, comentou.
O Brasil não tinha um evento do tipo há 15 anos, e agora volta com uma temática de inovação que deve mobilizar o setor público e privado para avanços na tecnologia do país. Vale lembrar que recentemente o Governo do Brasil, por meio do RNP, abriu um novo projeto que espera financiar pesquisadores em blockchain, mostrando que tecnologias emergentes estão no radar do Governo Lula.
É importante reconhecer, contudo, que a IA também tem o potencial de reforçar a segurança e a eficiência das criptomoedas, embora também possa explorar novas vulnerabilidades nas tecnologias. Com isso, o mercado cripto tem prestado atenção a inovação e mostrado interesse no crescimento das inovações com IA.
Veja o discurso de abertura com participação de Lula no vídeo abaixo:
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