Em uma análise publicada pelo Deutsche Bank, o maior banco alemão mostra estar atento as mudanças financeiras que o mundo vive, chamando o Bitcoin de ouro e abrindo espaço para que o Ethereum seja considerada a prata digital.
Hoje o Deutsche Bank é o maior banco da Alemanha e também opera em outros países como o Brasil. Fundado em 1870, o banco parece não ter parado no tempo e está pronto para mudanças.
A publicação feita nos últimos dias mostra um amadurecimento deste setor tradicional, que por muito tempo ignorou as criptomoedas. Com cada vez mais pessoas conhecendo o Bitcoin, parece que eles querem desenvolver produtos e serviços neste setor.
Deutsche Bank e o Bitcoin
O artigo publicado pelo banco alemão é de autoria de Marion Laboure, analista do Deutsche Bank Research, setor responsável por pesquisas. A matéria é uma espécie de “perguntas frequentes” sobre o Bitcoin e outras criptomoedas.
Em relação às diferenças entre o Bitcoin e outras moedas como dólar ou euro, a resposta é que as pessoas são obrigadas a aceitar moedas fiduciárias, como o Real, ao contrário do Bitcoin. O artigo está tão atualizado que também cita El Salvador, que é o único país a obrigar a aceitação da moeda digital.
Embora possa ser utilizado como moeda, o banco lembra que ainda há poucos estabelecimentos que aceitam a criptomoeda. Além disso, o DB destacou o fato do tempo de espera de confirmação e, por vezes, taxas altas.
Todavia, o banco parece não ter estudado soluções de segunda camada, como a Lightning Network, que resolvem as principais críticas.
Então, o discurso fica mais otimista em relação ao Bitcoin, reluzindo as suas qualidades como reserva de valor.
“As pessoas sempre buscaram ativos que não eram controlados por governos. O ouro tem desempenhado esse papel há séculos. E sim, eu poderia potencialmente ver o Bitcoin se tornando o ouro digital do século 21. Não vamos esquecer que o ouro também foi historicamente volátil.”
Quando comparado com o Ethereum, o banco afirma haver diferenças grandes entre eles, como mais casos de uso pelo lado do Ethereum, embora este tenha um valor de mercado bem menor. Finalizando com o pensamento de que se o Bitcoin é o ouro digital, então o Ethereum seria a prata digital, o grande banco alemão mostra interesse na tecnologia.
Vale lembrar que o posto de “prata digital” foi ocupado por muitos anos pelo Litecoin, que seguia o Bitcoin de perto. Apesar de estar apenas na 16.ª colocação em marketcap, o LTC é uma das únicas moedas da “primeira Era” que está funcionando ainda.
Antes tarde do que nunca
Parece que os bancos estão começando a entender a importância do Bitcoin, e outras criptomoedas, em relação ao mundo que está cada vez mais digital.
O artigo do banco alemão também cita a diferença entre as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e as criptomoedas, reforçando que as versões digitais das divisas fiduciárias são totalmente centralizadas, enquanto as criptomoedas são o oposto disso.
Não será nenhuma surpresa caso estes bancos comecem a trabalhar com criptomoedas no futuro, permitindo que clientes depositem e saquem suas criptomoedas. Todavia é importante lembrar que eles usam a prática de reserva fracionária e que o Bitcoin surgiu justamente para que essas instituições intermediadoras não sejam necessárias.