CFTC aplica maior multa da história em caso de golpe com Bitcoin

O piramideiro precisará ressarcir US$ 1,73 bilhão às vítimas e pagar um montante de mesmo valor à CFTC. No total, a soma chega a US$ 3,4 bilhões (R$ 17 bilhões), a maior multa já aplicada pela agência americana.

Em nota publicada nesta sexta-feira (28), a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) ordena que Cornelius Johannes Steynberg pague uma multa de US$ 3,4 bilhões (R$ 17 bilhões) à agência e às vítimas de seu esquema.

Em suma, estima-se que Steynberg tenha captado mais de 29.421 bitcoins (R$ 4,3 bilhões) de ao menos 23.000 americanos, e milhares de outras pessoas ao redor do mundo, para operar um robô que prometia lucros de 10% ao mês. No entanto, toda história era uma farsa para encobrir um esquema de pirâmide de marketing multi-nível.

O fundador da Mirror Trading International (MTI) foi preso em junho de 2022 no Brasil após fugir das autoridades por cerca de dois anos. Segundo a CFTC, esse é o maior caso de esquema de fraude envolvendo Bitcoin, bem como essa é maior penalidade monetária civil ordenada em um caso da CFTC.

Prometia lucros, mas usava Bitcoin das vítimas para benefício próprio

A pena de Cornelius Johannes Steynberg é dividida em duas partes. O piramideiro precisará ressarcir US$ 1,73 bilhão às vítimas e pagar um montante de mesmo valor à CFTC. No total, a soma chega a US$ 3,4 bilhões (R$ 17 bilhões), a maior multa já aplicada pela agência americana.

Além das acusações de operar um negócio sem às devidas licenças, como para captar investimento de americanos, a CFTC também afirmou que Steynberg usou os bitcoins arrecadados para bancar seu estilo de vida.

“Direta ou indiretamente, os réus se apropriaram indevidamente de todo o Bitcoin que aceitaram dos participantes.”

“Steynberg se envolveu em um esquema internacional de marketing multinível fraudulento para solicitar Bitcoin para participação em uma pool de commodities não registrada”, apontou a CFTC. “A MTI e Steynberg controlavam a pool de commodities e supostamente negociavam forex de varejo fora da bolsa por meio do que eles falsamente alegavam ser um “bot”.”

Tal bot (robô, em português) prometia lucros de 10% ao mês. Ou seja, o operador da pirâmide prometia mais do que dobrar os bitcoins das vítimas a cada ano, um negócio insustentável.

A prisão de Steynberg no Brasil

O fundador da Mirror Trading International seguiu os passos de Charles Ponzi (1882 – 1949), piramideiro que deu origem ao termo “esquema Ponzi”. Nascido na Itália, Ponzi aplicou golpes nos EUA e no Canadá, mas terminou sua vida no Brasil de forma miserável.

Por inspiração, ou coincidência, o sul-africano Cornelius Johannes Steynberg também fez vítimas nos EUA e desde 2020 estava escondido no Brasil, culpando a maçonaria pelo interrompimento dos saques de sua plataforma.

No entanto, Steynberg foi preso por autoridades em 2022, sendo extraditado logo em seguida. Este foi o maior caso de fraude envolvendo Bitcoin processado pela CFTC e a penalidade de R$ 17 bilhões também é a maior da história da agência americana.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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