A Tether, considerada a maior stablecoin do mercado, falsificou documentos que foram fornecidos a seus parceiros bancários e está sob investigação pelo Departamento de Justiça dos EUA por fraude bancária, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal (WSJ) publicada na última sexta-feira (3).
O artigo afirma que a Tether e a Bitfinex, sua empresa controladora, contaram com a ajuda de contas de terceiros para realizar transações e conseguir acesso ao sistema bancário global.
De acordo com o WSJ, as empresas por trás da Tether usaram intermediários obscuros, documentos falsificados e empresas de fachada para enganar bancos, conforme documentos que o jornal teve acesso.
Os esforços da Tether para manter o acesso bancário tornaram-se urgentes em março de 2017, quando o banco Wells Fargo parou de processar transações de várias contas taiwanesas que a Tether estava usando.
A mudança desencadeou “uma ameaça existencial aos seus negócios”, de acordo com uma ação movida pela Tether e suas empresas irmãs contra o banco.
Além disso, há acusações de que a Tether teria usado faturas e contratos falsos para esconder transações relacionadas à criptomoeda. A Tether negou as alegações e as chamou de “imprecisas”.
Os jornalistas afirmaram ainda que o Signature Bank, com sede em Nova York, recusou a Tether de abrir uma conta várias vezes. Por esse motivo, a Tether usou a corretora AML Global para criar uma conta no banco, que Tether e Bitfinex usaram posteriormente para realizar transações fraudulentas.
O artigo cita vários documentos internos e e-mails, afirmando que as empresas por trás da Tether escondiam rotineiramente suas identidades por trás de indivíduos e empresas de fachada.
O uso de documentos falsos, no entanto, causou problemas para a Tether em algumas ocasiões, com um exemplo sendo as autoridades da Europa e dos Estados Unidos apreendendo mais de US$ 850 milhões em fundos da Tether enquanto investigavam alegações de fraude bancária e lavagem de dinheiro contra a empresa.
Tether nega
Em uma postagem intitulada “Mais FUD sobre a Tether do WSJ”, a Tether afirmou que as alegações do Wall Street Journal são “totalmente imprecisas e enganosas”.
A empresa também argumenta que tanto a exchange Bitfinex quanto a emissora de stablecoin Tether têm programas de conformidade para aderir aos requisitos legais de combate à lavagem de dinheiro.
Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da Tether, twittou na tarde de sexta-feira (3) que o artigo do WSJ continha uma “tonelada de desinformação e imprecisões”.
“Estou no aniversário do PlanB em Lugano, Tanta energia e pessoas animadas para falar sobre Bitcoin.” Disse ele, acrescentando: “Enquanto eu estava no palco, ouvi algumas buzinadas de palhaços, com certeza por causa do WSJ. Como sempre, toneladas de desinformação e imprecisões.”
I'm at the PlanB anniversary in #lugano
So much energy and people excited to talk about #Bitcoin
While I was on on stage I heard some clown honks, pretty sure was WSJ.
As always ton of misinformation and inaccuracies. Poor guys, must be difficult be them but need better media.— Paolo Ardoino 🍐 (@paoloardoino) March 3, 2023
A Tether é vista como uma peça importante no mercado de criptomoedas, e suas atividades são acompanhadas de perto pelas autoridades financeiras em todo o mundo.
Seus problemas bancários podem desencadear um impacto negativo significativo no mercado de criptomoedas como um todo, já que a maior stablecoin do mundo é vista como um possível Cisne Negro no setor.