Uma corretora de criptomoedas que operava da Suíça anunciou a falência em meio a pressão do mercado. Com seus principais clientes sendo institucionais, não está claro se deve gerar crises de liquidez no mercado.
De qualquer forma, 35 funcionários da operação foram demitidos dias antes do Natal de 2022, mostrando que a operação chegou realmente ao fim.
Vale lembrar que a Suíça é um dos países onde os bancos são considerados os mais seguros do mundo para se custodiar valores. Contudo, no caso da corretora, o fato pode não ser bem uma verdade.
Sem trégua, mais uma corretora de criptomoedas anuncia falência no final de 2022
De acordo com o site Inside Paradeplatz, a crise das criptomoedas chegou até a Suíça com a falência da corretora Covario, fundada em 2019.
Na última quinta-feira (29), um pedido de falência foi registrado pela empresa, após um ano estranho para a operação.
Isso porque, mesmo em meio a crise, a Covario anunciava estar com sua operação estável, contratou funcionários e seguia anunciando que tudo corria bem. Houve até uma expansão da operação para a Inglaterra e outros países.
Desde outubro, contudo, os funcionários já começaram a imaginar o desfecho da empresa, ao receber pela última vez seus salários. Além disso, fontes afirmam que os fundos de pensão dos trabalhadores não eram pagos há alguns meses.
Ou seja, a corretora passava por crise enquanto afirmava estar solvente, seguindo uma lógica similar a da FTX antes de quebrar. Não está claro ainda se ambas as empresas tinham alguma relação.
Com a novidade da mais nova empresa falida, o mercado suíço aguarda para saber se a falência da corretora levará problemas a muitos clientes.
Executivo ex-Goldman Sachs comandava negócio
Chama atenção para a falência de mais uma corretora na Europa o fato do seu CEO, Mark Banner, ex-Goldman Sachs. Ele atuou no banco até 2008, ano da crise bancária nos Estados Unidos, que abalou o mundo.
Além disso, o Diretor Financeiro da Covario, Patrick Gilli, tem experiências como auditor da PwC, foi chefe de finanças do Rothschild por 9 anos, entre outras. Ou seja, os principais executivos da empresa falida conhecem muito bem do setor bancário suíço, mas não conseguiram conter a crise das criptomoedas em seu negócio.
Apesar de declarar publicamente estar saudável, fontes indicam que a Covario já buscava compradores para sua plataforma. Ou seja, a corretora tentou em vão encontrar um comprador, quando detectou os problemas em seu negócio.
A Suíça é um dos principais países em adoção das criptomoedas hoje, contando até com o Crypto Valley, uma região rica em produção de conhecimento no setor. Além disso, a cidade de Lugano, que recebeu um show de drones em homenagem ao bitcoin recentemente, é um dos destaques internacionais no setor.