Michael Burry diz que auditoria da Binance não faz sentido

Uma das principais brechas em tais auditorias é a movimentação de fundos para “tirar a foto”. Em outras palavras, uma corretora pode pegar um empréstimo, ou tirar dinheiro de outra subsidiária, para tapar um buraco em sua contabilidade — mais tarde devolvendo tal montante.

Michael Burry é conhecido por três coisas: seus ganhos financeiros durante a bolha imobiliária de 2008, pelo filme que conta essa parte de sua vida e por apagar seus tuítes rapidamente.

Para surpresa de muitos, Burry deixou de apagar seus tuítes após Elon Musk assumir o comando da rede social. “Ok, não vou excluir daqui para frente. Elon tem minha confiança. Por enquanto”, brincou. Isso tornou a vida de seus seguidores muito mais fácil.

Em um destes tuítes, publicado nesta sexta-feira (16), o investidor abordou o assunto do momento: as auditorias de corretoras de criptomoedas.

Comparando as criptomoedas com swaps de crédito, Burry aponta que empresas de contabilidade ainda estão aprendendo sobre o tema, assim como aconteceu em 2005. Indo além, afirma que “isso não é uma coisa boa”.

Na publicação, o investidor destaca uma matéria da Bloomberg apontando que a Mazars, empresa que auditou a Binance, Crypto.com e KuCoin, deixou de oferecer serviços relacionados a criptomoedas.

“O mesmo vale para FTX, Binance, etc. A auditoria é, essencialmente, sem sentido.”

Além da Mazars, a Armanino, empresa que auditou a FTX US, é outra que está deixando de oferecer serviços para a indústria de criptomoedas. Ou seja, parece que ninguém quer manchar sua reputação caso o pior aconteça com alguma corretora.

A dificuldade das auditorias

Uma das principais brechas em tais auditorias é a movimentação de fundos para “tirar a foto”. Em outras palavras, uma corretora pode pegar um empréstimo, ou tirar dinheiro de outra subsidiária, para tapar um buraco em sua contabilidade — mais tarde devolvendo tal montante.

O caso mais famoso envolve a Tether e a corretora Bitfinex, ambas ligadas a iFinex. Na ocasião, a Tether emprestou US$ 850 milhões (R$ 4,5 bi) para salvar sua empresa-irmã, a Bitfinex.

Enquanto isso, uma crítica à auditoria da Binance está ligada a inclusão de saldos negativos na contabilidade. Em suma, um investidor poderia estar devendo 1.000 BTC à Binance, e a corretora estaria deduzindo tal montante do valor total.

Um exemplo disso aconteceu com a CoinFlex. Após uma corrida de saques, a corretora faliu, mas tal problema não apareceria em uma auditoria. Afinal, a corretora afirmou que Roger Ver devia R$ 221 milhões a ela. Ou seja, o público não notaria isso nem mesmo com o uso de árvores de Merkle, ferramenta que permite verificar se seu próprio saldo foi contabilizado na soma.

Enfim, a questão é que existem brechas e muitos não estão satisfeitos com as atuais auditorias de corretoras. Sendo assim, Michael Burry, citado abaixo, é mais um com grande ceticismo em relação ao tema.

“Este é o problema. Em 2005, quando comecei a usar um novo tipo de swap de crédito, nossos auditores estavam aprendendo durante o trabalho. Isso não é uma coisa boa. O mesmo vale para FTX, Binance, etc. A auditoria é essencialmente sem sentido.”

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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