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“Mineração de Bitcoin transfomou lago em banheira de hidromassagem”, dizem moradores de NY

Empresa afirma que atua totalmente dentro da lei

A preocupação com o Bitcoin e o meio ambiente continua em alta, com cada vez mais pessoas para aumentar a discussão entre os dois lados. Mais um passo para essa discussão foi a reativação de uma usina de energia por uma empresa de capital privado que começou a minerar Bitcoin. Para os moradores locais, a usina está alterando a temperatura do lago glacial Seneca Lake,em Nova York.

De acordo com a NBC News os moradores locais alertaram que a atividade da usina de energia para a mineração de Bitcoin está tornando a água do local muito mais quente.

“O lago está tão quente que parece que você está em um ofurô”, disse uma moradora da região chamada Abi Buddington.

Como colocado pela NBC, a usina fica nas margens do Seneca Lake e é propriedade da Atlas Holdings, operada pela Greenidge Generation LLC. No último ano a empresa aumentou a produção de energia da usina movida a combustível fóssil, mas não para oferecer energia para as cidades próximas, e sim para minerar Bitcoin.

Segundo o site Ars Techinica, no período de um ano e meio de mineração, a usina conseguiu lucrar mais de 1,1 mil bitcoins. Ainda assim, a companhia pretende instalar milhares de novas mineradoras, usando 85MW da capacidade total de 108MW da usina.

Ainda como mostrado pelo Ars, a usina elétrica está tendo um impacto ambiental grande no local. Com apenas 13% da sua capacidade de funcionamento, as operações de mineração de Bitcoin da Atlas produziram 243.103 toneladas de dióxido de carbono, um aumento de 10x em relação ao período pré-mineração de Bitcoin.

Com isso, vale ressaltar que a usina tem permissão para emitir até 641.000 toneladas de CO2 por ano, ou seja, ela não está fazendo nada que vai contra a lei local ou as permissões que a companhia tem.

O Seneca Lake é um lago muito importante na região de Nova York, contando com algumas espécies de animais que dependem do delicado equilíbrio de temperatura da água no lago glacial, como é o caso da Truta-arco-íris. 

Com isso, o aumento de temperatura na região do lago está preocupando muitos dos moradores locais, que comparam a água, que deveria estar bem fria, á uma banheira de hidromassagem, uma banheira de água quente.

Atlas afirma que atua totalmente dentro da lei

Apesar das preocupações dos moradores locais, o Atlas afirmou que não atua sem todo o consentimento das normas locais e das regras, afirmando que a usina elétrica não tem nenhum impacto negativo no Seneca Lake.

Segundo dados enviados pela companhia, a temperatura da água utilizada entre 1 de março de 17 de abril estava em 9,4º apenas alguns graus acima da temperatura de entrada de água, perfeitamente dentro do limite de segurança e do que é exigido como controle de qualidade.

“A usina de Greenidge opera com total comprometimento com as autorizações de água e ar, que foram concedidas após análises e pesquisas pelo estado. A noção de que a usina está impactando negativamente o Seneca Lake – ou o objetivo de Nova York de diminuir a emissão de gases do efeito estufa – é falsa”, disse um porta voz da companhia.

Como é de se imaginar essa situação dividiu mais uma vez os defensores e os detratores da mineração de Bitcoin, com muitos afirmando que esse tipo de coisa terá um impacto gigantesco no meio ambiente no futuro.

Outros acreditam que a mineração de Bitcoin tem um impacto positivo, motivando o uso de energia verde ao redor do mundo. Infelizmente, esse é um dos fatores do ecossistema que só será demonstrado com o tempo. Mas com certeza, será uma estrada esburacada para os dois lados.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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