Sem garantia de que os 20 mil dólares sejam o fundo para o Bitcoin, grandes mineradoras continuam vendendo suas criptomoedas para cobrir despesas e se prepararem para um cenário de mais quedas.
Desta vez, a mineradora Core Scientific foi quem precisou despejar boa parte de suas reservas. No comunicado, a empresa afirma que a venda de 7.202 bitcoins por US$ 132 milhões (R$ 700 mi) foi necessária para pagar empréstimos e cobrir outros gastos.
Para complicar ainda mais a situação, a empresa afirma que continuará vendendo bitcoins recém-minerados para quitar dívidas, manter a liquidez e financiar o seu crescimento.
Mineradora de Bitcoin despeja grande quantia de BTC no mercado
Listada na Nasdaq desde 2020, a Core Scientific é considerada uma das maiores mineradoras de Bitcoin da indústria. Segundo seus relatórios, a empresa opera mais de 180.000 ASICs, o que lhe rende entre 34 e 40 bitcoins (R$ 3,6 a 4,2 milhões) diariamente.
Apesar das cifras milionárias, a empresa é mais uma que precisou vender seus bitcoins por um preço não tão atrativo para continuar com as suas operações.
Em seu comunicado, postado nesta terça-feira (5), a Core Scientific aponta que vendeu 7.202 bitcoins por US$ 132 milhões (R$ 700 mi) para quitar dívidas e cobrir outros custos de operação. Em termos percentuais, a empresa vendeu quase 79% de suas reservas, deixando apenas 1.959 bitcoin para trás.
Entretanto, a mineradora mostrou pouco interesse neste montante que permanece em suas mãos, citando que está pronta para vendê-los, assim como as moedas mineradas no futuro.
“A Empresa continuará vendendo bitcoins auto-minerados para pagar despesas operacionais, financiar o crescimento, quitar dívidas e manter a liquidez.”
Mais pressão sobre o preço
Além da concorrência e dos custos de operação, outro fator que determina a lucratividade de uma empresa é justamente o preço do Bitcoin. Portanto, tanto estas declarações quanto as vendas são como um “tiro no pé”, já que colocam pressão no bitcoin e, por consequência, em suas receitas.
Entretanto, esta parece ser a única escolha para evitar calotes. Afinal, dados da Bloomberg apontam o setor de mineração possui 4 bilhões de dólares (R$ 21,5 bi) em empréstimos em aberto, mostrando mais excessos da indústria em sua totalidade.
Por fim, alguns comemoram o acontecimento, declarando que este é o momento onde o dinheiro está fluindo do bolso de grandes empresas para pessoas comuns, podendo estes se beneficiarem no próximo ciclo de alta.