O Ministério Público da Bahia (MPBA) agora vai atrás da Midas Trend. Recentemente, a empresa que prometia lucros com criptomoedas foi tema de uma reportagem até do programa Domingo Espetacular, na Record.
Conforme anunciado pelo Livecoins, a Midas Trend prometia rendimentos com Bitcoin. Os supostos rendimentos fixos e mensais eram oferecidos por um suposto robô de arbitragem.
Apesar disso, a Midas, como era chamada pelos investidores, se mostrou um negócio suspeito. Com o tempo a empresa com sede em Salvador (BA) parou de pagar os investidores do negócio.
Além disso, desde o final de 2019 o presidente da empresa, Devanir dos Santos, sumiu do Brasil. Alguns investidores já buscam a justiça para reaver seus investimentos.
Ministério Público da Bahia abre inquérito contra Midas Trend, possível fraude não paga clientes desde 2019
O Brasil infelizmente sofre com a instauração de golpes por empresas de investimentos. Os crimes mais comuns são de fato aqueles que envolvem promessas de rendimentos certos, as chamadas pirâmides financeiras.
Muitos desses negócios passam a imagem de luxo e sucesso, mas no fim acabam lesando investidores. Além disso, prometem rendimentos para quem capta novos investidores, com a chamada prática de Marketing Multinível.
O judiciário começa a identificar alguns destes golpes e abrir inquéritos. A bola da vez é a Midas Trend, que agora será alvo de um inquérito civil aberto pelo Ministério Público da Bahia.
“No que concerne à eventual ocorrência de “pirâmide financeira” ou “esquema Ponzi”, constitui atribuição dos órgãos ministeriais que atuam no campo criminal a apuração. A empresa MT DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO LTDA, de nome fantasia MIDAS TREND, inscrita no CNPJ nº 28.948.674/0001-31, sediada na Luis Viana Filho, 13223, Business Park Hangar 6 Sala 0601, São Cristóvão, Salvador/BA, CEP 41500-300, sem a devida autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB), vem reiterando as seguintes condutas abusivas[…]”, apontou o MP
Na lista, o MP aponta que a Midas não tinha autorização para funcionar, nem pela CVM, nem pelo Bacen. O MPBA também aponta que a possível fraude não alertava para os riscos do negócio.
Houve destaque no inquérito ainda que a Midas oferecia investimentos fixos e certos. Após os problemas, entretanto, a empresa não estaria resolvendo os problemas e nem dispõe de um SAC para os clientes.
Promotora não tem perdoado golpes no estado e mira uma série de possíveis fraudes
O pedido de abertura de inquérito foi feito pela promotora de justiça Joseane Suzart Lopes da Silva. Joseane, que é doutora em direito pela UFBA, é especialista em relações contratuais e tem aberto uma série de inquéritos no estado.
Conforme apontado pelo Livecoins, outras empresas tiveram inquéritos abertos recentemente pelo MPBA e que também ofereciam rendimentos fixos. Entre elas estão a Unick Forex, MoGuRo, entre outras.
A Midas Trend então se une a uma seleta lista de possíveis golpes que ganharam fama no país. A maior parte desses negócios já não funcionam mais e os investidores seguem buscando a justiça.
No caso da Unick, por exemplo, investidores do país todo caíram na real apenas com a Operação Lamanai. Na ocasião, uma operação conjunta, envolvendo até a polícia federal, prendeu os líderes do negócio. Contudo, até hoje os clientes não receberam nem seus aportes iniciais de volta.
No caso da Midas Trend, antes que alguma operação policial acontecesse, o presidente Devanir dos Santos saiu do Brasil. Após mais de dois meses sem dar notícias aos investidores, seu paradeiro atual é desconhecido. Estima-se que pelo menos 60 mil pessoas do Brasil tenham investido na Midas Trend, que agora o Ministério Público vai atrás de explicações.
