O ex-presidente do banco central dos EUA disse que não existe razão para a existência de moedas digitais emitidas por bancos centrais. Falando na conferência anual da revista financeira chinesa Caijing, de acordo com a CNBC, Alan Greenspan disse: “Não há sentido em cria-las”.
Greenspan disse que as moedas nacionais são apoiadas por todos os recursos financeiros de uma nação, também conhecidas como crédito soberano, e os órgãos centrais nunca serão capazes de igualar isso.
“O crédito soberano fundamental dos Estados Unidos excede em muito o que o Facebook pode imaginar”, acrescentou Greenspan.
É um pouco confuso que Greenspan esteja falando sobre moedas digitais do banco central, mas depois fazendo referência ao Facebook, que não é um banco central.
Existem algumas distinções importantes a serem feitas aqui.
Em primeiro lugar, as moedas digitais dos bancos centrais podem ser uma de duas coisas. Poderia ser uma representação digital de uma moeda fiduciária, digamos o real brasileiro, que é conversível em dinheiro e fiduciário. Ou pode ser a moeda de um banco, por exemplo, a moeda ITI (do itaú) ou os tokens do BNDES, por exemplo, que só podem ser usados com esse banco.
Em segundo lugar, o suposto projeto de “criptomoeda” Libra do Facebook não é o mesmo que nenhum dos dois tipos anteriores de moeda digital. Com base nos relatórios atuais, a Libra será uma espécie stablecoin apoiada por decreto de vários ativos.
De qualquer forma, se Greenspan estiver usando a frase “moeda digital do banco central” para se referir a qualquer projeto de moeda com respaldo central, ele pode ter razão.
Os bancos on-line nos deream a virtualização do nosso dinheiro fiduciário e nos permite fazer transações e enviar dinheiro para familiares e amigos com facilidade. As criptomoedas, como o Bitcoin, oferecem uma troca alternativa de valor com resistência à censura.
Talvez Greenspan tenha razão. Os bancos parecem querer acabar com o uso de dinheiro físico para monitorar nossos hábitos de transação com dinheiro virtual.